sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

As Novas Aventuras do Superpato


Olá galerinha!! Demorei mais voltei, e cá estou novamente para desenterrar mais uma pérola das antigas que quase ninguém liga mais e injetar diretamente nesta massa cinzento-amarelada que vocês chamam de cérebro. A HQ As Novas Aventuras do Superpato começou a ser publicada no Brasil pela Abril em 1998 e, assim como o efeito do meu curso intensivo de aumento peniano via web, não durou muito tempo. Pelo menos não por aqui. Lembro que naquela época as HQs americanas estavam meio em baixa (o que só viria a se agravar com a caríssima linha Premium e com invasão dos mangás poucos anos depois). Se não me engano, por exemplo, o Homem Aranha passava pela infame Saga dos Clones, a qual eu pareço ser o único terráqueo a ter gostado. Um quadrinho realmente diferente de super herói era mais do que bem-vindo. SPNA parecia preencher esses requisitos, mas infelizmente foi um fracasso nas vendas. Provavelmente, e com a “ajuda” da pouca publicidade, o público mais velho achou que não passava de um gibi infantil da Disney e nem sequer deu uma chance, e os leitores do público infantil devem ter se sentido atraídos em um primeiro momento, para logo em seguida rejeitar a obra entediados pela relativa complexidade da mesma.
Mas fodam-se todos, só eu tenho razão! Superpato Novas Aventuras (ou Paperinik New Adventures, no original) era do cacilda, não só pela ousadia dos criadores em dar um trato diferenciado e menos infantil a um dos personagens mais clássicos da Disney (o Pato Donald, e também o próprio Superpato), mas por terem criado um universo singular - mesmo que permeado pela mais variada quantidade de referências, influências e clichês (bem-vindos neste caso) do gênero – e revitalizado um personagem que estava bem esquecido.
Em 1996 os editores dos quadrinhos Disney italianos resolveram dar uma recauchutada no personagem e dirigi-lo a um outro público. As histórias do Super seriam inspiradas nos heróis americanos da Marvel e DC, com um traço levemente alterado, mas com uma arte mais caprichada e roteiro mais sério. Fora o próprio Donald, poucos personagens usuais davam as caras por ali. Que eu me lembro, os mais presentes (ou únicos dentre os mais clássicos) eram o Tio Patinhas e o Pardal, este que ajudava o protagonista com seus equipamentos. Uma espécie de Alfred menos submisso e geriátrico. 
Paperinik New Adventures abandonava aquelas histórias infantis para dar um teor mais adulto e menos fácil para o personagem.
Cada um tem o Zordon que merece
Donald é um zelador no edifício Patofuts Tower. Quando encontra um piso secreto no lugar, descobre que era o laboratório secreto de E.Duardo Patofus, um maluco bolado que abandonou tudo ali para ir viver em um mosteiro. É neste laboratório que Donald conhece Uno, uma espécie de inteligência artificial que passa a ajudar o pato como um mentor em suas missões.
Ao contrário do que poderia parecer, Superpato estava menos para um Chapolin Colorado do que para um Batman. Donald passava a ser um herói sério e determinado, que sempre entrava em combate e resolvia os problemas. As histórias nunca tinham soluções simples e muitas vezes o SP tinha que tomar decisões difíceis, entrando em conflito inclusive com Uno e com seus próprios ideais. Dilemas humanos eram freqüentes nas histórias, e até mesmo mortes aconteciam eventualmente. Mas claro que o humor na dose certa estava sempre presente.
Curiosamente (Pra quem, Bruno?, eu te pergunto), na Itália, antes de ser lançado oficialmente, Paperinik New Adventures (PKNA) teve três edições lançadas como “fase de teste” pra ver se a proposta iria emplacar no gosto do público. Foram as edições Zero, ou “Trilogia Zero”, ou ainda Trilogia do Prólogo” se você for mais virtuoso e afrescalhado. Estas edições ainda não mostravam o novo Super em sua forma definitiva. Era mais ou menos uma mistura das antigas histórias da Disney com o novo universo que viria a seguir. Donald ainda fazia referência aos seus sobrinhos, Tio Patinhas aparecia com mais freqüência, e Superpato aparecia voando naquele velho calhambeque do Donald (que o Pica Pau copiou depois. Ou “antes”...).

Uma das edições nacionais
Apesar do belo tratamento (formato americano, papel de qualidade), o que lhe custava nada menos que cinco paus (preço caro pros padrões da época), SPNA fracassou nas vendas aqui no Brasil, e só seis edições foram publicadas pela Abril, fora de ordem inclusive. A editora chegava a pedir informações dos fãs sobre a maneira de publicar a série! Mas ao contrário daqui, em vários outros países o projeto emplacou. Em seu país de origem, a Itália, a revista continuou por 50 edições mensais, fora várias especiais. Após um período de tempo, a série ganhou um reinício batizado como PK2. Essa segunda fase não obteve o mesmo sucesso da primeira, sendo tida como “menos inspirada e mais infantil” que a original. A série, que dentre outras coisas focava bastante no retorno de E.Duardo Patofus (lembra? Não?? Voltem e leiam de novo) à Patópolis após um longo período no mosteiro, foi cancelada na décima oitava edição. Depois disso, ainda tentaram reinventar mais uma vez o personagem, rebootizando (termo modinha do caralho, mas como evitá-lo??) toda a origem dele. Este arco, chamado apenas de PK, foi ainda mais criticado pelos fãs do personagem pela radical modificação de seu universo e considerado uma traição às suas origens. Porra, Dolabela...


Quem te?

Alguns dos outros novos personagem pertencentes a PKNA. Veja que boa parte tem clara semelhança em personagens típicos de HQs de super heróis. Mas como eu já disse, há certas boas formas de trabalhar os clichês para que, ao invés de parecerem desagradáveis, sejam vistos mais como uma homenagem e/ou inspiração, mais ou menos como o Tarantino faz (eu já disse isso mesmo??).


Lya


 

A repórter gatinha – na verdade “patinha” (turudu tizzzz) –que trabalha no 00 Chanel, famoso jornal de Patópolis. Típica personagem repórter que ajuda o herói em suas missões. Talvez não tão típica por ser uma andróide enviada secretamente do futuro. Agora olha essa foto aí e tenta me jurar que é 100% anti-zoofilia.





 Tecão Jones

 
Bicho bruto editor do 00 Chanel. Tá bem na cara que ele é uma releitura do J. Jonan Jamenson do Homem Aranha. O resmungão faz de tudo pra difamar o Superpato e colocá-lo para a sociedade como um vilão, mas quando tá na pior arrega implorando ajuda ao mesmo. Tem a aparência de uma galinha velha (acho...).






Os Antarianos

São os principais inimigos do Super. Extraterrestres que querem dominar o Planeta Terra (nossa!!). Existem vários deles, com destaque para o cruzador Zondag e o comandante Zoster. E pelo visto todo mundo, não só na Terra, com na galáxia inteira é meio ave.



Xadum



Xadum é uma nervosinha guerreira do espaço caçadora de Antarianos. Sendo arqui-inimiga destes, a justiceira naturalmente se torna uma grande aliada do pato mascarado. Ao contrário do nosso herói, ela tem superpoderes, como o de voar de lançar poderosos raios de-alguma-coisa contra os inimigos.




Mas quem é esse cara aí mesmo, ô?



O Superpato foi criado em 1969 na Itália como uma resposta às diversas reclamações dos leitores (que na maioria eram crianças) de que o Donald só se ferrava nas histórias, enquanto gaiatos como Gastão e Tio Patinhas sempre se davam bem. O responsável pela birosca foi o roteirista Guido Martina, que com a ajuda do desenhista Giovan Battista Carpi, deram um uniforme, uma máscara e uma capa pro Donald e o apresentaram por um ângulo diferente do que até antão havia-se mostrado. A primeira história do Superpato, intitulada “Paperinik Il diabólico vendicatore” (Superpato, o diabólico vingador), que hoje em dia é considerada um clássico do personagem, foi publicada em junho de 1969 em duas partes. Nesta história e em diversas posteriores, Superpato mais fazia justiça a si mesmo – ou melhor, ao seu azarado e injustiçado alter ego Donald - do que combatia o crime. Após alguns anos, os criadores perceberam que estavam transformando-o gradativamente em um vilão, então resolveram abandonar esta faceta egoísta do personagem para transformá-lo de fato em um herói de verdade, derrotando criminosos (os Irmãos Metralha e o Mancha Negra eram seus inimigos mais freqüentes) e ajudando os indefesos.
O cara aqui em questão é uma mistura de várias referências, como Batman (vide o cinto de utilidades, o carro personalizado, os inúmeros acessórios... Provavelmente a referencias mais óbvia e utilizada), Zorro, Fantômas, etc. O nome original italiano do rapaz nada mais é do que uma homenagem ao personagem literário Diabolik (Paperino = Donald, Paperino + Diabolik = Paperinik)

O pato heróico continua na ativa. Mesmo após o fim de SPNA, ele nunca parou de ser publicado. Um exemplo é a revista Paperinik Cult, recentemente sendo lançada na Itália.
Dá pra encontrar um monte de edições de SPNA na net, inclusive as que não foram publicadas aqui traduzidas, é só procurar. Faça isso em nome do bom gosto. Adeus.




sábado, 26 de novembro de 2011

Análise de Cena: Amigas de Colégio (Fuking Åmål / 1998)

Sem tempo pra postar como sempre, então como de costume vou republicar um post antigo do meu ex-blog, o Análise de Cena.  Esse aqui postei acho que lá por março desse ano. Foi meu post favorito daquele blog.
  

Hey, friends! Estou de volta. Demorei um pouco pra atualizar, mas vou tentar manter esse troço aqui de pé. Hoje o filme a ser dissecado é Amigas de Colégio, ou com eu prefiro: Fucking Åmål, o título original. Só não vou falar sobre como os tradutores brasileiros são péssimos na hora de adaptar os títulos originais porque isso já está virando clichê. Até o título americano do filme é menos mela-cueca (Show Me Love).

Fucking Åmål é um filme sueco de 1998, e o primeiro longa do a partir de então cultuado diretor Lukas Moodysson. É bem popular em seu continente de origem e, se você me perguntar, é um dos meus favoritos of all times!

E nem começa a fazer trocadilho sacana com o título original do filme! É, eu sei que se trocarmos a letra ‘m’ de Amal por outra parecida o nome do filme vira uma frase suja em inglês! Tá se achando esperto é? Amoralzinho...


A película começa com a jovem Agnes fazendo uma lista secreta de seus desejos, sendo que em um deles ela declara que ama Elin (conhecê-la-emos logo em breve). Ou seja, Logo de cara nos é entregue a dedução de que a provável protagonista do filme é lésbica. Sim! Entendida! Dyke! Coladora de velcro! Fã da Maria Gadu! LÉSBICA!

Aahh, o sueco. Antes de morrer ainda aprendo essa língua escrota.

E como eu sou rápido no gatilho, taí Elin. É essa aí embaixo jogando uma caixa de sucrilhos na irmã.


E derramando leite na cabeça dela.


Só porque a primogênita acabou com o 'Nescau'. Queria que meus cafés da manhã fossem animados assim.

E como o cara do Cidade de Deus diria, "mas não está na hora de conhecer a história dela ainda".
É aniversário de dezesseis anos de Agnes, e seus pais e irmão a surpreendem na cama cantando parabéns e lhe pedindo para soprar as velinhas.

Se no dia do meu aniversário minha família viesse me acordar de manhã fazendo barulho e com um bolo nas mãos não ia sobrar dente na boca de um!


Mentira. Não sou violento assim. Só iria xingar internamente todo mundo até a morte. Mas estamos falando de Agnes. Seu pai lhe pergunta se já entregou os convites de sua festa para seus amigos, mas parece que nossa garota não está muito para comemorações. Talvez porque tenha tantos amigos quanto um colegial americano cabeludo que senta sozinho no refeitório com sua camisa do Marilyn Manson e  explode bombas caseiras no quintal de casa usando gatos como cobaias (arf, arf...).

Mesmo assim, Agnes faz um esforço para convidar algumas colegas na escola. Não sem sofrer chacota das garotas populares. Mas Ela não liga muito, pois logo vê Elin...



Que está fazendo as pazes com sua irmã e dizendo que nunca mais derramará leite em sua cabeça novamente. Que bom...

Como uma adolescente tipicamente apaixonada, Agnes fica escrevendo o nome de sua amada em seu caderno de matemática (Pelo menos acho que é matemática, pois quando eu estava no jardim, essas páginas quadriculadas só serviam pra essa matéria) durante a aula.


O que rende certa desconfiança por parte de seus adjacentes.


Falando nisso, na minha época de faculdade descobri que um colega que estava sentado ao meu lado era gay, pois o mesmo estava escrevendo nome de macho em seu caderno. Eu perguntei quem era e ele me disse que era seu namorado. Que coisa, não? E isso depois de dois anos convivendo diariamente com o cara sem ter nenhuma suspeita. Tá certo que ele era dançarino de boi, mas isso não é motivo pra desconfiar de sua sexualidade, é?

É???

Voltando. No refeitório, Elin está discutindo com suas amigas igualmente populares coisas muito importantes para o equilíbrio do universo. Como se vão para uma rave à noite ou para a festa na casa de um amigo.


E a camarada de amarelo aqui na superior esquerda sugere (só de fuleragem, óbvio) a festa de aniversário de Agnes, mas Elin ignora a existência de sua admiradora secreta. Podre Agnes, que está em uma mesa ali perto e ouvindo tudo. Não satisfeita, a vilãnzinha de amarelo ainda fica provocando mais ainda nossa heroína, que toma uma atitude digna de quem está começando a ouvir os álbuns da Ana Carolina e levanta furiosa da mesa, joga sua refeição no lixo e mostra um cotoco pra diaba.


Pega, lesa! Hehehe. Só faltou Agnes estar de pochete, boné pra trás e bermudão. Mas ela ainda está se descobrindo e não chegou nesse estágio (lésbicas que com certeza não leem esse blog, é tudo piadelas, viu???)

Ao anoitecer, Elin continua pensando nas questões essenciais da humanidade. Como não ter uma saia decente para ir a balada e com o fato de não conseguir ver a própria  bunda em seu espelho, devido à baixa estatura.


Drama que a leva a usar o espelho do elevador do condomínio, onde diz pra sua irmã Jéssica que um dia será a Miss Suécia. Mas... com mil diabos! Ela não tem altura nem pra apreciar suas nádegas no próprio espelho! Como quer ser modelo???

Mas alguém chama o elevador lá embaixo antes que a loirinha e Jéssica tenham tempo de sair.


Putz! E era sua mãe! Se fudeu, e como castigo por ficar só de calcinha no elevador não irá sair pra festa nenhuma. Pô, sacanagem. Quem nunca ficou só de calcinha no elevador?
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Ainda bem que eu sou claustrofóbico e não uso elevador... 


e nem calcinha.

E olhando a foto acima, percebemos que Elin pegou todos os genes de beleza da família, pois sua irmã, heim. Vou te contar, minha amiga! Não é a toa que a caçula tem o ego nas alturas.

Ai, ai. Como vocês são maldosos...

Elin fica puta e começar a xingar Deus e o mundo, e à procurar o máximo de pílulas possíveis para se matar. Jéssica tenta consolá-la dizendo que raves estão fora de moda e que por isso não ia perder muito em não freqüentar uma essa noite. Pobre Elin. Seus problemas são tão grandes que pesam em mim.

Claro que a proibição da mãe não ia impedi-las de sair, e logo as duas irmãs estão debatendo se vão pra festa na casa de um amigo ou até mesmo pro aniversário da tal de Agnes de quem ouviram falar, pois tal festa deve estar bombando.


Ou mais ou menos.

A aniversariante e sua família estão esperando ansiosamente pelos convidados, quando derepentemente...


 A campainha toca, e é uma das garotas que a protagonista convidou. Ou talvez a única. Ufa! Pelo menos alguém veio!


Agnes recebe o presente da convidada e ao abri-lo percebe que ganhou um perfume.

UM PERFUME!!!! QUEM DIABOS DÁ PERFUMES EM ANIVERSÁRIOS???? Assim você não está insinuando que a pessoa cheira mal? É como dar um dicionário a alguém e insinuar que a pessoa é burra. Ou dar panelas como presentes de casamento e insinuar que a mulher só serve para pilotar fogão. Ou dar um CD do Cine e insinuar que o presenteado tem o QI menor que o do Forrest Gump e o do Quico subtraídos. Além disso, até onde eu sei os suecos não fedem, não transpiram e não vão ao banheiro. O que torna o perfume desnecessário, além de tudo.

Presentes são complicados.

Não sei se foi pelos mesmos motivos que citei, mas Agnes não gosta nem um pouco do agrado e devolve o perfume.

Mas ela não pára por aí, não senhor! Agnes expulsa a garota de sua casa com as exatas seguintes palavras:
- “Vá pra casa e leve seu perfume! Nós só fingimos ser amigas porque não temos ninguém mais com quem ficar! Sabe qual a coisa mais chata que já fiz? Ir ao basquete de cadeirantes com você! Não quero ser amiga de uma inválida que ouve Backstreet Boys, Arvingarna ou qualquer merda do tipo!!!”

Aaaaaiii!!! Agora pegou pesado, mano!

E o que aconteceu depois??



Magoou.


Sério, até eu fiquei com pena dessa garota.

Mas quer saber? Ela ouve Backstreet Boys! Não merece minha misericórdia!

Agnes vai chorar em seu quarto, dizendo que quer morrer, pois ninguém nunca gostará dela.


Agnes... de boa. Gosto de você, então deixa eu te dar um conselho de brother: Eu não sou o “Senhor Relações Humanas”, mas acho que avacalhar a deficiência física de seus convidados talvez não seja a melhor maneira de dar o pontapé inicial na sua vida em sociedade.

Seu pai a convence a voltar pra sala para o jantar. Quando a noite parece estar totalmente arruinada, eis que a campainha – esta eterna imprevisível – toca novamente. Agnes não quer mais saber de gente, mas sua mãe insiste e pede para a garota vá enxugar as lágrimas no banheiro enquanto recebe os convidados. E falando neles...


Caralho!!! São Elin e Jéssica!!

Que logo tomam a liberdade de pedir aos pais de Agnes para entrar em seu quarto, o que lhes é permitido.

A aniversariante volta do banheiro e descobre quem chegou. Claro que ela fica mais feliz que Charlie Sheen em um bordel clandestino no México ao descobrir que a garota dos seus sonhos está bem ali no seu quarto.

Mas ao chegar até ele, vê que a porta está trancada. E que as duas irmãs não estão a fim de abri-la, pois estão se divertindo muito se embebedando e fuçando suas coisas, provavelmente procurando algum vinil da Cássia Eller. Que abuso!

Ambas comentam que a menina é lésbica. Elin acha legal e que poderia beijar Agnes, mas sua irmã duvida. Elas então apostam 20 pilas na situação. Deus meu! Será que vai acontecer o que eu tô pensando?? Arf, é melhor eu não ter muitas esperanças, afinal estas garotas eram de menor quando o filme foi feito e um beijo gay entre elas não seria liberado.

Mas vejamos. Depois de muita insistência, a porta é destrancada e Agnes entra no quarto.


As duas ficam a sós.

Caramba! Será que vai rolar??? Pelo menos um selinho, vai!!!

Elin senta na cama e pede que Agnes faça o mesmo, pois tem algo para lhe contar. Então começa a dizer-lhe que é muito bonita e...


Terá Alá ouviu minhas preces??? Será que vai rolar a coisa mais linda do mundo: UM B... BEIJO LÉ... LÉSBICO?????

Huumm... acho que não. Esse filme é muito bobinho pra isso. A vida é cruel e não devo ficar me iludindo tanto. Droga.

Uma coisa dessas nunca aconteceria nesse film....


Nesse film...

Nesse...

Nes......

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*Ca-ham*

Deixa eu me recompor um pouco.

.....................

Agora já.

Elin logo encerra a beijoca e sai correndo com sua irmã. Agnes percebe que só foi beijada por causa de uma aposta. Pobre donzela.

As irmãs vão para outra festa, onde Elin é abordada por um mala que tá afim dela desde o começo do filme. Mas a loira só tá afim mesmo é de encher a cara. Aliás, exagerando e indo pro banheiro chamar o Raul. O fanfarrão apaixonado a segue e dá mais umas investidas, mas Elin o evita usando aquele negócio de limpar privadas e cujo nome me escapa agora.



Como eu sempre digo, nunca dê em cima de uma sueca semi-lésbica em um banheiro. Não, nem que ela esteja bêbada.

Enquanto isso, Agnes está em seu quarto, e como toda adolescente normal e saudável após uma desilusão amorosa, está tentando se matar com um aparelho de barbear.



Até que ouve alguém jogando pedrinhas em sua janela.



É Elin novamente, que parece ter gostado do babado e quer repetir a dose!

A visitante pede desculpas à Agnes e lhe convida para dar uma voltinha.

Agnes desiste de se matar por hora. As duas saem andando e logo já estão conversando sobre lesbianismo e sobre o quanto gostariam de sair de Amal e ir para um lugar mais interessante. Sim, o Amal do título do filme é o nome da pequena cidade onde vivem.



Elas levam a sério mesmo essa estória de fugir de Amal e pedem carona a qualquer um na rua.




As duas entram no carro de um cara meio esquisito, quando de repente, do nada...


O QUÊ???? OUTRO BEIJO LÉSBICO????????????

SIM!!! E DESSA VEZ NÃO FOI UMA APOSTA SUJA!! FOI POR UM SENTIMENTO PURO!!!!!!!! 

VOCÊS SABEM O QUE ISSO SIGNIFICA????????????????????????????????????








Obrigado, Senhor. É muita felicidade para um coração só.

O dono do carro vê as duas trocando saliva e as bota pra fora. Sujeito estranho. Se eu desse carona pra duas belas teenagers e elas começassem a se beijar dentro do carro, eu às levaria até o a casa do cacete ao invés de botá-las pra fora. Mas como dizia o outro: “Cada um cada um.”

No dia seguinte, enquanto, Elin está tendo sonhos românticos com Agnes, esta está na casa da única garota que compareceu a sua festa e foi expulsa de lá humilhantemente. Agnes tenta se redimir pelas ofensas, mas a outra não quer nem saber. Diz que vai se vingar contando o caso que ela está tendo com Elin para a escola inteira e logo se vira para o computador.


E não me pergunte por que ela põe estes óculos esquisitos para ficar na frente do computador. Essa menina é estranha demais pro meu gosto.

Agnes, vá para casa ficar vendo fotos da Elin que é o melhor que você faz!


Boa garota. Ainda bem que você me ouviu.

Elin é pressionada por sua irmã a dizer por quem está visivelmente apaixonada. A loirinha arrega e diz que é por Johan, o cara que investiu nela no banheiro na noite passada.

A mentira parece que cola e Elin de fato fica com o cara, e passa até mesmo a ignorar as ligações de Agnes e destratá-la no colégio. Ahh, Elin, não vá contra sua natureza. É inútil!


Cansada da indiferença, Agnes dá uma boa resposta à sua amada:


Êêêê, hehehe!

Pra piorar o Lado de Elin, a ex-convidada (?) rancorosa da festa de Agnes diz para a loira que a Agnes está apaixonada por ela na frente de suas amigas. Bem feito! Quem manda agir contra seus instintos?


Agnes, claro, vai para sua casa e quebra tudo.

Em uma conversa com sua irmã, Elin diz não estar muito satisfeita com o desempenho sexual de Johan (não sei se isso tem a ver, mas foi sua primeira vez), mas Jéssica lhe diz que no início é assim mesmo e que depois melhora. Além disso, ela deveria ficar de vez com ele, pois ao contrário de seu namorado cuzão que só quer aparecer, Johan é um cara legal. Elin então lhe questiona por que está com o cara se acha-o um bosta. Jéssica responde que é porque ele era bonitinho quando criança!


Agora entendi. Se um dia eu quiser sair para conquistar mulheres, acho que vou com uma foto de quando era infante colada na cara.

Enquanto a mãe de Agnes começa a desconfiar da sexualidade da filha, Elin está vendo televisão em sua casa com Johan, Jéssica e Markus, o namorado pentelho desta, que está exibindo a todos os presentes seu moderníssimo aparelho celular, o que deveria lhe trazer algum status naquele fim de anos noventa. Markus (esse aí embaixo com cabelo “loiro forró”) então começa a fazer comentários machistas sobre garotas não entenderem nada de tecnologia e somente sobre coisas como maquiagem e afins.


Elin fica puta e começa a aloprar o cara. Então pede pra seu novo namorado defendê-la.


Mas o bananão não fala nada e Elin fica ainda mais puta. Nessa hora até eu fiquei bolado com a falta de atitude de Johan.

Elin enfim percebe que seu namorado é quase tão cuzão quanto Markus. A garota sai da sala, vai para outro cômodo da casa e, por telefone, despacha-o para todo o sempre!


Estilo é isso!


Sniiif, sniif!

Não fica assim tal mal, cara! Já já Elin vai te ligar pra dizer que você é um cara muito legal apesar de tapado, mas que ela está apaixonada por outra pessoa. E nós sabemos muito bem quem é.



No dia seguinte no colégio, Elin finalmente toma a decisão de acertar os ponteiros de vez com Agnes, e a puxa para conversar no banheiro. Ok, podia ter sido uma abordagem mais sutil. Se você queria uma conversa em particular, existem outros lugares privados mais apropriados pra isso.

Porém, enquanto as duas estão conversando perto da privada, umas das amigas de Elin bate na porta...


Elin não consegue disfarçar muito bem seu nervosismo e logo a amiga percebe que ela está com ‘algum rapaz’ dentro do banheiro.

E em alguns segundo já tem um batalhão de gente na porta do toalete (incluindo o diretor do colégio atraído pela muvuca) querendo saber quem é ‘o cara’ que está lá com Elin. Eita pessoal que não respeita a privacidade dos outros!!


Mas e agora? Elin irá fazer valer seu amor por Agnes? Ela Irá abrir a porta e assumir publicamente seu romance com a garota?? Ou Agnes irá se esconder dentro da privada?? Irão ambas dominar o mundo e transformar a Suécia na sede oficial do orgulho LGBT??? Ou viverão para sempre neste banheiro em eterna vergonha e fornicação???

Assista o filme ou levará todas essas dúvidas com você para o além-túmulo.

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Talvez o motivo dos personagens de Fucking Amal serem tão interessantes e cativantes seja exatamente o fato de eles serem tão comuns. Estereótipos como a menina bonita, engraçada e popular, a garota mais reclusa e masculina que está confusa sobre sua sexualidade, o garoto bobão apaixonado pela garota popular, o cara exibicionista e grosseiro amigo do bobão e etc. estão todos ali. E isso poderia até nos passar aquela impressão de filme B sem criatividade que passa na Sessão da Tarde e você é obrigado a ver para "passar o tempo" na fila de espera do dentista (embora a ruindade só torne a espera mais longa). Mas Moodysson não abre brecha pra isso em nenhum momento e que que presenciamos o tempo todo é uma comédia romantica incrível e bem articulada na sua simplicidade. 
Tudo no filme soa inocente, inclusive o próprio, podendo, como insinuei, até ser confundido com aqueles filmes juvenis que passam na TV com censura livre. Provavelmente a idéia do diretor tenha sido justamente essa: Inserir um filme que aborda uma temática tão permanentemente polêmica como o homossexualismo em um contexto de filmes despretensiosos de classificação livre. A formula pelo visto funciona, pois pode atrair qualquer pessoa com uma mentalidade minimamente aberta, não restringindo a película somente ao público interessado na temática dita LGBT e afastando os moviegoers. Mais do que no alvo, se o objetivo é mostrar este tipo de tema com naturalidade para uma gama maior e mais variada de pessoas.

As atuações são acima da média, principalmente das duas protagonistas. Alexandra Dahlström interpreta Elin com uma naturalidade que nos faz ter quase certeza de que a atriz tem os mesmos trejeitos na vida real, e Rebecka Liljeberg passa a verossimilhança das agonias de Agnes como sendo uma adolescente revoltada e confusa com sua vida e seus sentimentos. Em breve resenharei outro filme protagonizado por Rebecka. Aguardem!

Amigas de Colégio é um filme simplório à primeira vista, mas contém muita verdade e um significativo conteúdo. O roteiro passou por várias versões até chegar ao definitivo. 
Ganhou diversos prêmios na época, incluindo várias categorias no Escaravelho De Ouro (o ‘Oscar’ da Suécia) incluindo melhor filme, e foi candidato à melhor filme europeu de 1999. Levou também o  Audience Award, o Teddy Award, C.I.C.A.E Award, o Special Don Quijote Award e o Prize of The Jury (você conhece todos eles, né?). Também foi candidato oficial de seu país a concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro daquele ano.
Em 2010, mais de dez anos após o filme ter sido realizado, Rebecka e Alexandra foram convidadas a apresentarem um prêmio no Sweden's annual QX Gay Festival, festival de cinema gay da Suécia, sendo que Rebecka já estava sem aparecer na mídia a seis anos (Ela desistiu do cinema para se tornar pediatra). Taí um videozinho da apresentação delas:





Sim, elas tomaram leite com ‘Nescau’! Não é fofo???


Melhor que a Kristen Stewart recebendo prêmios:


Embora menos hilário.

Então é isso, dudes. Espero que aproveitem o filmes caso tenham se interessado. Vemos-nos em breve.

Abssss

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