domingo, 16 de março de 2014

A trilogia Feast, um estudo de caso



Aconteceu que do começo de ano pra cá eu voltei a ver uns terrorzões bem gore, algo que na verdade nunca abandonei, mas voltei a ver como quando eu havia começado (sinceramente não lembro de uma fase da minha vida em que eu não gostava desse tipo de filme), ou seja, com uma frequencia mais alta que o normal. Enquanto vocês estavam aí "se preparando" pro Oscar vendo Azul é a Cor Mais Quente (é, eu sei que não foi), Ninfomaniaca e outros desses filmes modinha de facebook, eu tava me esbaldando no horror e na carnificina muitas vezes lançada diretamente pra vídeo, porque eu gosto mesmo é do caos e da destruição. Sorry baby, comigo é de Braindead pra baixo, pra acompanhar esse blog tem que ter sangue nos olhos, tem que aguentar o papoco.

Então lembrei de Feast, reassisti a franquia, e achei que precisava apresentá-la ao mundo, porque alguém precisa fazer o trabalho sujo, pois Deus olhou pra mim eu disse "Tu, meu filho, que nasceste do lodo da demência, és a pessoa mais indicada para tal missão."

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Ok, vamos à eles.

Feast



Com uma produção executiva bossal de Matt Damon, Ben Affleck (pois onde um tá o outro tem que estar) e ninguém menos que Wes Craven e direção de John Gulager - responsável por outras pérolas sensacionais da bizarrice como Piranha 3DD e Zombie Night, Feast (falei no post passado que ele seria mencionado aqui) chegou aos cinemas em 2005 nos surpreendendo como uma pequena grande obra daquele gore moleque de várzea que a industria estava meio carente, mostrando um grupo de pessoas em um bar que é surpreendido por monstros que mais parecem integrantes da banda Gwar. Assim, sem mais nem menos, e em nenhum momento temos uma explicação para a existência de tais criaturas, mas se eu quisesse ver história eu tava assistindo algum documentário da BBC.
Protagonizado por ninguém menos que Krista Allen, o filme tem um belo balanço entre terror e comédia e um toque generoso de imprevisibilidade e originalidade. A cada personagem que aparece, surge na tela uma espécie de ficha técnica do sujeito, dizendo o nome, ocupação e até a expectativa de vida dele baseado no que geralmente ocorre com tal estereotipo no gênero. Excelente filme que certamente figuraria em uma lista com meus dez filmes de horror favoritos. Vai passar longe de se tornar um cult (Talvez daqui há muitos anos, juntamente com o Street Fighter do Van Damme. Torçamos.), mas recebe o selo de qualidade do Marionete Cósmica que vale muito mais.

Melhor morte: Camarada se acha o heróizão do filme mas descobre da pior maneira que aqui não há espaço pra galãs. Envolve uma janela, monstros e uma cabeça sendo arrancada.



a.k.a. Emmanuelle Contra as Criaturas Demoníacas





Feast II: Sloppy Seconds



Daí que três anos se passaram e alguém teve a questionável ideia de que Feast deveria se tornar uma trilogia. E nasceram as continuações, Feast II: Sloppy Seconds (2008) e Feast III: The Happy Finish (2009), tendo muito mais ligação um com o outro que com o primeiro, tendo em vista que foram filmados juntos mas sendo lançados separados. Lançados, aliás, diretamente em DVD. E o que dizer deles? Ai, ai, amigos. Vamos lá que é complicado.
Basicamente novos personagens e alguns dos sobreviventes do primeiro filme se encontram em uma pequena cidade aparentemente abandonada no meio no nada, quando descobrem que a mesma foi dominada pelas tais criaturas. Dentre os novatos estão uma gangue de motoqueiras liderada pela irmã gêmea de uma das personagens mortas no primeiro filme e alguns moradores da tal cidade que sobreviveram à invasão dos aliens (demônios?). Mesmo com o ódio interno, o grupo vai tentar se manter unido para conseguir sobreviver e sair do local. Não tem mais a presença de Krista Allen, mas Clue Gulager, Jenny Wade e Diane Ayala Golder permanecem no elenco.
Grande parte deste segundo filme se passa no topo de um prédio, onde o povo se encontra encurralado agora, o que resulta numa fotografia mais clara e ensolarada, contrastando com o ambiente escurecido e sombrio do primeiro, mas nem por isso esta sequencia se torna mais leve. Pelo contrário, as partes II e III são excessivamente extrapoladas, nojentas e violentas, ao ponto de fazer o original parecer um filme "comportado", se é que se pode dizer isso.
Longe de ser perfeito e agradar todo mundo, Feast II é bem divertido, e a única grande resalva que faço é a famosa cena do bebê, que realmente achei desnecessária. A do gato também foi nada a ver.

Melhor morte: A velha, além de já estar derretendo por ter entrado em alto contado com gosma de monstro, ainda é lançada contra uma parede por uma espécie de catapulta. Cuidem bem de suas avós.



Reparem que a morena tá fazendo air-revolver
Já fiquei com uma mina parecida com esse cara uma vez



Feast III: The Happy Finish



E não demorou muito para nossa rotina cinematográfica ser presenteada com com a parte final desta que é uma das trilogias mais refinadas da história da sétima arte, podendo ser considerada desde já um O Poderoso Chefão do mundo bizarro.

Agora vamos lá, eu até que sou bem condescendente, mas tem algumas coisas que eu não deixo escapar:
- Excesso desnecessário de personagens;
- Inserção de elementos que não fazem parte do universo do filme;
- Câmera nervosa em ambiente escuro, deixando a cena ininteligível;
- A tua mãe;
- Desrespeito à personagem;
- falta de bom senso e uso de drogas de todos os envolvidos durante a filmagem (Porque só pode).

Cara, esse filme é um caso a ser analisado pela nasa e pelo vaticano, por que é demais até pra mim. Lógico que ele não é bom, mas a questão nem é essa, já que ele foi feito pra ser ruim. O problema é que exageraram na dose. Ao mesmo tempo, não tem como não adorar essa porra. Aff, enfim, Meus sentimentos ficaram abalados demais pra eu ter uma opinião formada.
Os sobreviventes agora tentam sair da cidade através dos esgotos, o que dá ao filme um tom levemente mais sombrio que seu antecessor. Novos personagens surgem - um mais caricato que o outro - pra logo desaparecerem mostrando sua existência totalmente desnecessária.
Duas grandes resalvas: A primeira morte do filme que acontece nos primeiros três minutos, apesar de bem legal,  ocorreu em um momento totalmente equivocado. A personagem era uma filha da puta e merecia, mas dada a importância dela nos três filmes, não dava pra esperar pelo menos até a metade do longa?
A outra resalva grave é sobre o que acontece no finalzinho, e tem relação com um robô gigante. Isso mesmo, UM ROBÔ GIGANTE. Que poderia até ser perdoável e, com muito boa vontade, legal se não fosse a merda que ele causa no fim que nos priva totalmente de algo próximo a um final satisfatório.

Melhor morte: Cidadã tem a cabeça arrancada, comida e defecada por uma das criaturas e só então seu corpo percebe que morreu e cai no chão.


É, ele ainda tá vivo. 



Levanta a cabeça, princesa, que o filme ainda não acabou
Então quer dizer que eu não recomendo essas continuações? De maneira nenhuma. ASSISTA! Ambos os filmes são muito defeituosos em alguns detalhes, ao ponto de realmente deixar puto quem assiste, mas ao mesmo tempo são extremamente divertidos e contam com um elenco de personagens cativantes, embora a grande maioria deles tenha caráter corrompido (talvez o motivo). Infelizmente falham demais para se comparar ao primeiro, mas se você curte estupros de animais, bebês sendo devorados, motoqueiras semi-nuas, anões mexicanos de luta livre, profetas telepatas, gente tendo as tripas arrancadas pela vagina, muuuuita gosma e até  robôs gigantes (e quem não é fã disso tudo, né?), eles vão valer cada minuto do seu tempo.

Enfim, assista aos três e tire suas próprias conclusões, pois eu já passei da hora de ir dormir. Bons pesadelos.

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