Avaliando
todos os comentários e evidências que há anos vem alertando seu criador sobre o
duvidoso caráter do mais famoso símbolo do Natal (não me venha dizer que é
Jesus, pois nós sabemos que isso seria hipocrisia de vossa parte) e sua relação
com a máquina capitalista devoradora de mentes, O Pruno’s Land decidiu investigar
a fundo (ok, nem tanto) a vida secreta do Papai Noel, traçando um paralelo com
outros personagens natalinos que, de acordo com o autor e dono de todas as
verdades existentes Bruno Müller, soam de melhor reputação que o dito cujo.
O Grinch
O Grinch é
um personagem criado pelo escritor, cartunista e poeta Theodor Seuss, conhecido
mais como Dr. Seuss (não Meuss), aparecendo pela primeira vez no livro infantil
Como o Grinch Roubou o Natal de 1957. Em resumo, o Grinch é um cara verde e
feio completamente anti-espírito natalino porque o tamanho do seu coração é
duas vezes menor que o normal, e vive em uma caverna isolada próxima a cidade
de Whovile, onde a história original acontece. Em certo Natal, Grinch fica puto
de vez e resolve acabar com o feriado de todo mundo, se vestindo de Papai Noel para
adentrar furtivamente as casas e roubar os presentes deixados pelo bom
velhinho. Ou pelos pais das crianças, sei lá.
''dexxxxte tamanho'' |
O Grinch ganhou várias versões
pós-livro, sejam para tv, teatro e cinema, sendo que as mais famosas foram uma
animação de Chuck Jones para televisão feita em 1966, na qual Boris Karloff
dublou o personagem e narrou o filme, e o longa de Ron Roward feito em 2000 com
Jim Carrey dando vida ao bicho (só eu gosto desse filme?)
Por que é melhor que o Papai
Noel? ANARQUIA! O
maior símbolo involuntário da luta contra o sistema capitalista no mês de
dezembro. Ou eu tô viajando legal. Mas não consigo pensar em mais motivos que
façam o Grinch ser melhor que o Papai Noel exceto que ele é bem mais cool. O
cara é um monstro verde antissocial com aparência primal que aterroriza o Natal
da vizinhança hipócrita porque não é aceito pela mesma. Isso pra mim já é
motivo mais que suficiente para torna-lo um personagem bem mais atrativo que o
pedófilo escarlate.
Nana Gouvêa
Sim. A
rainha da futilidade midiática brasileira teve sua imagem relacionada à data
natalina quando lançou um vídeo ano passado desejando feliz Natal aos seus fãs
de uma maneira um pouco peculiar e fazendo o que sabe de melhor: Rebolando o corpanzil
seminua. O vídeo virou sucesso no Youtube e tema de debate entre punheteiros e
conservadores, que passaram horas discutindo sobre a vulgaridade e exposição
internética das subcelebridades nos tempos atuais. Porque a cura do câncer não
tem pressa para ser descoberta.
"Nossa Papai Noel, que saco grande o senhor tem!" |
Depois
esse velho quer dar uma de falso moralista. Por isso gosto da Nana. Ela é
sincera. Sabe que vive da libidinagem alheia. Além disso, outro fator bônus que
gira em torno dela é o humor, já que suas tentativas de aparição pública são
tão forçosamente ridículas (tirar fotos sensuais nos destroços do furacão
Sandy, etc) que não dá pra não rir. Ela é um grande símbolo da Era Vulgaris em que vivemos. Alguns pseudo-intelectuais
repudiam isso, mas eu acho ultra divertido. Então ponto pra moça. E caso você
tenha ficado curioso, taí embaixo o tal do vídeo. Podem assistir com culpa. No
final, a diversão vai prevalecer à vergonha (mesmo a alheia).
Jack (A Nightmare Before Christmas)
Jack
Skellington é um cara bizarro que vive na Terra do Halloween, um universo
totalmente macabro e cheio de criaturas fantásticas e assombrosas
(esteticamente, pelo menos) onde aparentemente é Dia das Bruxas o ano inteiro. O
sujeito organiza anualmente a celebração de Halloween, até que um dia, vagando
pela floresta, ele se depara com portais para outros universos, como o da
Páscoa, o da Ação de Graças e o do Natal. As festividades organizadas nestes
universos influenciam diretamente no mundo real. Ou mais ou menos é assim que
me lembro. Jack entra no último e conhece o incrível mundo do Natal, cheio de
amor, solidariedade, reflexão e funcionário pagando mico com gorro (mentira,
isso eles não mostram). Todo empolgado com essa nova celebração, Jack decide abraça-la
e organizar o Natal à sua maneira, sequestrando Papai Noel e entregando seus
próprios presentes para as crianças, o que tem 175% de chances de dar em um
belo touro de cocô.
Por que é melhor que o Papai
Noel? Jack é o típico
cara bem intencionado e trapalhão. Não do tipo que espirra extintor de incêndio
no seu pé, mas que, por mais que faça cagada atrás de cagada, tem um bom
coração. O elemento chega a ir contra sua própria natureza halloweenística para
dar mimos aos infantes, mesmo que estes presentes deixem os pimpolhos mais traumatizados
do que se tivessem tido seus pais esquartejados por dez palhaços zumbis
mutantes leprosos vindos debaixo da terra na sua frente. Cara, isso foi tão
grosseiro que acho que vou ser processado pelo Rafinha Bastos.
Além
disso, Jack, é um personagem de Tim Burton, que ainda que falho em muitos
momentos é um diretor de arte (sua verdadeira vocação) impecável. Ou seja, o protagonista do filme O
Estranho Mundo de Jack tem um visual super foda, dark com uma aparência
semelhante a um Slender antes da cirurgia para remoção de rosto, e uma boca
enorme e costurada de dar inveja ao Coringa e a Babi Xavier. Papai Noel? Esse
jamais deixaria sua zona de conforto para agradar ninguém, não saindo da sua
casa na Lapônia desde que foi inventado. Claro que quem entrega os presentes
são seus anões escravos. Ou você acredita que ele realmente faz o trabalho todo
sozinho numa noite voando em um trenó guiado por renas voadoras? Cara, renas voadoras não
existem!! Como vocês podem acreditar nisso???
Roberto Carlos
Todo ano,
desde 1974, Roberto Carlos, VIP da Globo, tem um especial de fim de ano exibido
na Plim Plim no mês de dezembro, onde canta seus maiores sucessos e recebe
convidados ilustres. Geralmente é rodado no projac, onde os ilustres globais
como Carolina Dickeman, Kássia Kiss e Tarcísio Meira tem lugar na primeira fila
vestidos de braço num festival de cafonice e glamour, mas já teve edições em
Jerusalém e em lugar nenhum, como no caso do ano de 1999, quando sua então
esposa Maria Rita faleceu e ele decidiu não gravar o especial. Alías, eu não
lembro direito de se realmente é gravado no projac ou se vai aoar exatamente no
dia 25 de dezembro, mas eu não tenho tempo pra pesquisar, pois sou um só e como
podem ver sou um indivíduo bastante ocupado.
Por que é melhor que o Papai
Noel? Porque os
humoristas que o imitam e as piadas derivadas dele são engraçados. Porque meu
pai gosta. Porque, tal qual piratas - e piratas são cool -, ele tem uma perna
de pau e anda num navio. Porque tem aquela música do cachorro que sorriu
latindo e eu sempre imagino como pode um cachorro latir e sorrir ao mesmo tempo
(Se o Netinho de Paula pode falar rindo e chorando ao mesmo tempo, por que
não?). Porque ele usa uma variedade bem mínima de tonalidades de cor de roupa
(azul e branco) tal qual euzinho (preto e C:100 M:100 K:100 Y:100). Porque deixou
a Paula Fernandes cantar com ele e a Paula é mó gostosinha. E porque... Ah, sei
lá! Acabou meu estoque. Esse cara é meio chato e nunca fez nada tão legal como
mandar alguém tomar no cú ao vivo ou coisa do tipo. Mas só os motivos acima já
são mais que suficientes para torna-lo mais legal que o Papai Sacudo.
É, aquele
filme preto e branco do carinha que tenta se matar. Porque enquanto James
Stewart não estava comendo a Kim Novak em um filme do Hitchcock, ele fez um dos
melhores filmes de Natal já feitos e de longe um dos meus top favoritos: A
Felicidade Não se Compra, do Frank Capra (Pra vocês terem uma ideia, acho
melhor que o da princesa Lili). No longa, Stewart é George Bailey, um bancário
(ou banqueiro, não sei qual a porra da diferença #comentemabaixo) que vive
desde sempre de ajudar os outros, até que um sujeito bem mequetrefe rouba seu
dinheiro e o deixa na pindaíba, fazendo-lhe tentar o suicídio. Nesse momento o
espírito desencarnado candidato à anjo Clerence o impede de se matar e tenta
lhe ajudar, mostrando como seria escrota a vida das pessoas ao seu redor se ele
nunca tivesse existido e tals.
Por que é melhor que o Papai
Noel? Óbvio pra
caralho. Clerence, apesar de estar ajudando George para ganhar o estatus de
anjo, age de coração e seu presente para seu acolhido é muito mais do que
coisas materiais, ao contrário do Santa que se limita à brinquedos e roupas (quando
está de má vontade) . Ao salvar o infeliz e mostrar-lhe um passado alternativo
onde o sujeito nunca teria existido, o fantasma geriátrico também está salvando
a comunidade inteira, já que todo mundo naquela cidade depende de alguma
maneira do protagonista. Aliás, Clerence ajuda Bailey quando este está pobre.
Já viram o Noel dar presente pra pobre? Marque no cartão resposta.
A mensagem
do filme é foda, e PORRA, assistam-no caso não o tenham feito ainda!
É daqueles filmes que eu sou chato recomendando, mas juro que irão gostar.
O livro...
ou conto... ou aquilo que é muito longo para ser um conto e muito curto para
ser um livro chamado Um Conto de Natal foi escrito por Charles Dickens pois este
mesmo estava liso,com fome e devendo e precisava faturar um cascalho rapidinho,
e publicado pela primeira vez em 1843. O tal conta a história de um velho rico avarento
que odeia o Natal e recebe a visita de três fantasmas na véspera do feriado que
lhe ajudarão a entender o verdadeiro significado da data e trazê-lo para o lado
branco da força (ei, isso foi racista!). A história virou galaxialmente famosa
e ganhou inúmeras repaginadas em vários tipos de mídias, sendo que
filmograficamente já teve uma versão com o Reginald Owen, uma com os Muppets,
uma com o Mickey, uma com o Bill Murray (uma das melhores), uma com o Jim
Carrey, um especial de fim de ano da Globo com o Dr. Renato (Caralho, é a
terceira vez que faço menção ao Renato Aragão nesse post, não sei o que
acontece comigo!) e por aí vai.
Por que é melhor que o Papai
Noel? Ok, sei que é
meio covardia colocar três juntos no primeiro lugar contra um em cada posição
anterior, mas é meio inevitável (se bem que eu nem numerei essa lista, então tanto faz). Os três fantasmas assustadores mostram um
significado tão significamente significativo do Natal que o Capitalist Santa
jamais ousou sonhar em seus sonhos mais sonhadores. Enquando Noel dá de
presente um tanque de guerra, uma vara de pescar ou um CD dos Beatles dizendo
que esta é a segunda melhor banda do mundo (caso o Noel em questão seja o
Galagher, e sim, essa piada faria mais sentido se o Oasis ainda existisse), Os
três fantasmas dão à Scrooge uma nova chance, um novo coração, uma nova vida
(gay level: 932.000). Ao mostrar as crueldades que fez no passado, o sofrimento
que seu egoísmo causava no presente e as terríveis consequências de suas
atitudes no futuro, o trio faz com que o velho reveja seus valores e se
torne humilde e de nobre coração, e consecutivamente melhores a vida das
pessoas ao seu redor, já que, assim como o Álvaro Garneiro e o meu pai, ele é o
cara do dinheiro, então sacumé.
Você
pode ter notado que os fantasmas tem grandes semelhanças com o Clerence de A Felicidade
Não se compra. Os mesmo são almas penadas e conseguem fazer previsões do tempo
(Grandes merda. O Nicolas Cage também fazia naquele filme com o Michael
Cane...), o que me faz pensar que eles fizeram uns cursos de X-Men na escola do
professor Xavier. Se bem que eles existiram em longos espaços separados de
tempo, e ambos antes da escola existir. Mas seu poder sobre o tempo não seria
seu álibi nisso? Ou eles só podem prever e/ou mostrar para outrem mas não
viajar através dos anos?? Af, que se foda! Tô viajandão, acho que fiquei tempo
demais em casa.Tá na hora de eu ir naquela esquina ali do cetro pegar umas
molier (Nota mental: Checar o volume de suas calcinhas e o grave de suas vozes antes, pois não quero que meu presente esse ano seja de um Papai Noel grego).
Adendo: 2 personagens natalinos PIORES que o Papai Noel
No ano de 1995,
alguém deixou a cantora Simone lançar o álbum 25 de Dezembro, com várias
canções com temas natalinos e tal e pá. PRAAAA QUÊ? Agora todo santo ano é a
gente obrigando a engolir a música “Então é Nataaaaallll”, como se fosse uma
coisa inédita em nossas vidas mesmo em quinze anos consecutivos. Todo mundo
sabe que já deu faz tempo, mas mesmo sendo motivo de piada, a música volta como
uma assombração nos supermercados e shoppings no ultimo mês do ano. A cantora,
que também nasceu na mesma data que Jesus Cristo, virou um símbolo inevitável
de Natal no Brasil, equivalente à Fábio Júnior no dia dos pais com a
melodramática “pai você é meu heróóói meu bandidooo (que porra de filho chama o
pai de bandido????)” e ao Skank com sua É Uma Partida de Futebol quando o
assunto é uma pelada. Quantos anos tempos que esperar para que essas coisas se
renovem??
Sejamos
sinceros: Se o “personagem” panetone REALMENTE fosse bom (tipo pizza, sei lá),
sério que a gente só comeria ele uma vez ao ano? Pensem bem. A guloseima só é
industrializada durante um mês em cada doze e depois some do mapa, caso o
contrário mofaria nas prateleiras, já que não passa de um pão duro semelhante à
isopor com frutas cristalizadas (como se isso fosse uma coisa boa) e passas
dentro. Isso, passas! Aquela coisa que todo mundo bota na comida pra ela
parecer chique. E nós ainda comemos essa desgraça puramente por tradição, pra
gente ver como nossas mente pode ser subliminarmente controlada pelo sistema opressor.
Mas que merda, tô levando isso à sério demais! Melhor me despedir enquanto
ainda tá engraçado. Quê? Não tá? Foda-se, eu lá tenho cara de Carlos Alberto de
Nóbrega, por acaso??
Então é
isso. Apesar de todas essas asneiras a posteriori escritas, eu curto deveras as
festividades de fim de ano. Então feliz Natal e feliz ano novo, e até o ano que
vem, onde estarei um ano mais velho e cheio de histórias pra contar, pois acho
que esse ano não rola mais post, por motivos de não quero. Então até lá.
Abbssssssssssss