sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

6 personagens natalinos mais legais que o Papai Noel


Avaliando todos os comentários e evidências que há anos vem alertando seu criador sobre o duvidoso caráter do mais famoso símbolo do Natal (não me venha dizer que é Jesus, pois nós sabemos que isso seria hipocrisia de vossa parte) e sua relação com a máquina capitalista devoradora de mentes, O Pruno’s Land decidiu investigar a fundo (ok, nem tanto) a vida secreta do Papai Noel, traçando um paralelo com outros personagens natalinos que, de acordo com o autor e dono de todas as verdades existentes Bruno Müller, soam de melhor reputação que o dito cujo.

O Grinch




O Grinch é um personagem criado pelo escritor, cartunista e poeta Theodor Seuss, conhecido mais como Dr. Seuss (não Meuss), aparecendo pela primeira vez no livro infantil Como o Grinch Roubou o Natal de 1957. Em resumo, o Grinch é um cara verde e feio completamente anti-espírito natalino porque o tamanho do seu coração é duas vezes menor que o normal, e vive em uma caverna isolada próxima a cidade de Whovile, onde a história original acontece. Em certo Natal, Grinch fica puto de vez e resolve acabar com o feriado de todo mundo, se vestindo de Papai Noel para adentrar furtivamente as casas e roubar os presentes deixados pelo bom velhinho. Ou pelos pais das crianças, sei lá. 
''dexxxxte tamanho''
O Grinch ganhou várias versões pós-livro, sejam para tv, teatro e cinema, sendo que as mais famosas foram uma animação de Chuck Jones para televisão feita em 1966, na qual Boris Karloff dublou o personagem e narrou o filme, e o longa de Ron Roward feito em 2000 com Jim Carrey dando vida ao bicho (só eu gosto desse filme?)

Por que é melhor que o Papai Noel? ANARQUIA! O maior símbolo involuntário da luta contra o sistema capitalista no mês de dezembro. Ou eu tô viajando legal. Mas não consigo pensar em mais motivos que façam o Grinch ser melhor que o Papai Noel exceto que ele é bem mais cool. O cara é um monstro verde antissocial com aparência primal que aterroriza o Natal da vizinhança hipócrita porque não é aceito pela mesma. Isso pra mim já é motivo mais que suficiente para torna-lo um personagem bem mais atrativo que o pedófilo escarlate.

Nana Gouvêa


Sim. A rainha da futilidade midiática brasileira teve sua imagem relacionada à data natalina quando lançou um vídeo ano passado desejando feliz Natal aos seus fãs de uma maneira um pouco peculiar e fazendo o que sabe de melhor: Rebolando o corpanzil seminua. O vídeo virou sucesso no Youtube e tema de debate entre punheteiros e conservadores, que passaram horas discutindo sobre a vulgaridade e exposição internética das subcelebridades nos tempos atuais. Porque a cura do câncer não tem pressa para ser descoberta.

Por que é melhor que o Papai Noel? Porque, por mais banal, anti-tutâno e perishiltônica que seja a imagem de Nana, ela é patrimônio folclórico nosso. E convenhamos, ela é gostosa. Um guilty pleasure quase inevitável para nós marmanjos e ratos de internet. Compara ela com aquele idoso pançudo. “Ah, mas ela é uma vaca fútil, e o bom velhinho tem bom coração e não tem malícia nenhuma!” É mermo, é? Diz isso após olhar a capa da Playboy de dezembro de 2000:

"Nossa Papai Noel, que saco grande o senhor tem!" 
Depois esse velho quer dar uma de falso moralista. Por isso gosto da Nana. Ela é sincera. Sabe que vive da libidinagem alheia. Além disso, outro fator bônus que gira em torno dela é o humor, já que suas tentativas de aparição pública são tão forçosamente ridículas (tirar fotos sensuais nos destroços do furacão Sandy, etc) que não dá pra não rir. Ela é um grande símbolo da Era Vulgaris em que vivemos. Alguns pseudo-intelectuais repudiam isso, mas eu acho ultra divertido. Então ponto pra moça. E caso você tenha ficado curioso, taí embaixo o tal do vídeo. Podem assistir com culpa. No final, a diversão vai prevalecer à vergonha (mesmo a alheia).


Jack (A Nightmare Before Christmas)


Jack Skellington é um cara bizarro que vive na Terra do Halloween, um universo totalmente macabro e cheio de criaturas fantásticas e assombrosas (esteticamente, pelo menos) onde aparentemente é Dia das Bruxas o ano inteiro. O sujeito organiza anualmente a celebração de Halloween, até que um dia, vagando pela floresta, ele se depara com portais para outros universos, como o da Páscoa, o da Ação de Graças e o do Natal. As festividades organizadas nestes universos influenciam diretamente no mundo real. Ou mais ou menos é assim que me lembro. Jack entra no último e conhece o incrível mundo do Natal, cheio de amor, solidariedade, reflexão e funcionário pagando mico com gorro (mentira, isso eles não mostram). Todo empolgado com essa nova celebração, Jack decide abraça-la e organizar o Natal à sua maneira, sequestrando Papai Noel e entregando seus próprios presentes para as crianças, o que tem 175% de chances de dar em um belo touro de cocô.



Por que é melhor que o Papai Noel? Jack é o típico cara bem intencionado e trapalhão. Não do tipo que espirra extintor de incêndio no seu pé, mas que, por mais que faça cagada atrás de cagada, tem um bom coração. O elemento chega a ir contra sua própria natureza halloweenística para dar mimos aos infantes, mesmo que estes presentes deixem os pimpolhos mais traumatizados do que se tivessem tido seus pais esquartejados por dez palhaços zumbis mutantes leprosos vindos debaixo da terra na sua frente. Cara, isso foi tão grosseiro que acho que vou ser processado pelo Rafinha Bastos.
Além disso, Jack, é um personagem de Tim Burton, que ainda que falho em muitos momentos é um diretor de arte (sua verdadeira vocação) impecável. Ou seja, o protagonista do filme O Estranho Mundo de Jack tem um visual super foda, dark com uma aparência semelhante a um Slender antes da cirurgia para remoção de rosto, e uma boca enorme e costurada de dar inveja ao Coringa e a Babi Xavier. Papai Noel? Esse jamais deixaria sua zona de conforto para agradar ninguém, não saindo da sua casa na Lapônia desde que foi inventado. Claro que quem entrega os presentes são seus anões escravos. Ou você acredita que ele realmente faz o trabalho todo sozinho numa noite voando em um trenó guiado por renas voadoras? Cara, renas voadoras não existem!! Como vocês podem acreditar nisso???

Roberto Carlos


Todo ano, desde 1974, Roberto Carlos, VIP da Globo, tem um especial de fim de ano exibido na Plim Plim no mês de dezembro, onde canta seus maiores sucessos e recebe convidados ilustres. Geralmente é rodado no projac, onde os ilustres globais como Carolina Dickeman, Kássia Kiss e Tarcísio Meira tem lugar na primeira fila vestidos de braço num festival de cafonice e glamour, mas já teve edições em Jerusalém e em lugar nenhum, como no caso do ano de 1999, quando sua então esposa Maria Rita faleceu e ele decidiu não gravar o especial. Alías, eu não lembro direito de se realmente é gravado no projac ou se vai aoar exatamente no dia 25 de dezembro, mas eu não tenho tempo pra pesquisar, pois sou um só e como podem ver sou um indivíduo bastante ocupado.

Por que é melhor que o Papai Noel? Porque os humoristas que o imitam e as piadas derivadas dele são engraçados. Porque meu pai gosta. Porque, tal qual piratas - e piratas são cool -, ele tem uma perna de pau e anda num navio. Porque tem aquela música do cachorro que sorriu latindo e eu sempre imagino como pode um cachorro latir e sorrir ao mesmo tempo (Se o Netinho de Paula pode falar rindo e chorando ao mesmo tempo, por que não?). Porque ele usa uma variedade bem mínima de tonalidades de cor de roupa (azul e branco) tal qual euzinho (preto e C:100 M:100 K:100 Y:100). Porque deixou a Paula Fernandes cantar com ele e a Paula é mó gostosinha. E porque... Ah, sei lá! Acabou meu estoque. Esse cara é meio chato e nunca fez nada tão legal como mandar alguém tomar no cú ao vivo ou coisa do tipo. Mas só os motivos acima já são mais que suficientes para torna-lo mais legal que o Papai Sacudo.

Aquele anjo boladão de A Felicidade Não Se Compra


É, aquele filme preto e branco do carinha que tenta se matar. Porque enquanto James Stewart não estava comendo a Kim Novak em um filme do Hitchcock, ele fez um dos melhores filmes de Natal já feitos e de longe um dos meus top favoritos: A Felicidade Não se Compra, do Frank Capra (Pra vocês terem uma ideia, acho melhor que o da princesa Lili). No longa, Stewart é George Bailey, um bancário (ou banqueiro, não sei qual a porra da diferença #comentemabaixo) que vive desde sempre de ajudar os outros, até que um sujeito bem mequetrefe rouba seu dinheiro e o deixa na pindaíba, fazendo-lhe tentar o suicídio. Nesse momento o espírito desencarnado candidato à anjo Clerence o impede de se matar e tenta lhe ajudar, mostrando como seria escrota a vida das pessoas ao seu redor se ele nunca tivesse existido e tals.

Por que é melhor que o Papai Noel? Óbvio pra caralho. Clerence, apesar de estar ajudando George para ganhar o estatus de anjo, age de coração e seu presente para seu acolhido é muito mais do que coisas materiais, ao contrário do Santa que se limita à brinquedos e roupas (quando está de má vontade) . Ao salvar o infeliz e mostrar-lhe um passado alternativo onde o sujeito nunca teria existido, o fantasma geriátrico também está salvando a comunidade inteira, já que todo mundo naquela cidade depende de alguma maneira do protagonista. Aliás, Clerence ajuda Bailey quando este está pobre. Já viram o Noel dar presente pra pobre? Marque no cartão resposta.
A mensagem do filme é foda, e PORRA, assistam-no caso não o tenham feito ainda! É daqueles filmes que eu sou chato recomendando, mas juro que irão gostar.

Os Fantasmas de Charles Dickens (Presente, passado e futuro)


O livro... ou conto... ou aquilo que é muito longo para ser um conto e muito curto para ser um livro chamado Um Conto de Natal foi escrito por Charles Dickens pois este mesmo estava liso,com fome e devendo e precisava faturar um cascalho rapidinho, e publicado pela primeira vez em 1843. O tal conta a história de um velho rico avarento que odeia o Natal e recebe a visita de três fantasmas na véspera do feriado que lhe ajudarão a entender o verdadeiro significado da data e trazê-lo para o lado branco da força (ei, isso foi racista!). A história virou galaxialmente famosa e ganhou inúmeras repaginadas em vários tipos de mídias, sendo que filmograficamente já teve uma versão com o Reginald Owen, uma com os Muppets, uma com o Mickey, uma com o Bill Murray (uma das melhores), uma com o Jim Carrey, um especial de fim de ano da Globo com o Dr. Renato (Caralho, é a terceira vez que faço menção ao Renato Aragão nesse post, não sei o que acontece comigo!) e por aí vai.

Por que é melhor que o Papai Noel? Ok, sei que é meio covardia colocar três juntos no primeiro lugar contra um em cada posição anterior, mas é meio inevitável (se bem que eu nem numerei essa lista, então tanto faz). Os três fantasmas assustadores mostram um significado tão significamente significativo do Natal que o Capitalist Santa jamais ousou sonhar em seus sonhos mais sonhadores. Enquando Noel dá de presente um tanque de guerra, uma vara de pescar ou um CD dos Beatles dizendo que esta é a segunda melhor banda do mundo (caso o Noel em questão seja o Galagher, e sim, essa piada faria mais sentido se o Oasis ainda existisse), Os três fantasmas dão à Scrooge uma nova chance, um novo coração, uma nova vida (gay level: 932.000). Ao mostrar as crueldades que fez no passado, o sofrimento que seu egoísmo causava no presente e as terríveis consequências de suas atitudes no futuro, o trio faz com que o velho reveja seus valores e se torne humilde e de nobre coração, e consecutivamente melhores a vida das pessoas ao seu redor, já que, assim como o Álvaro Garneiro e o meu pai, ele é o cara do dinheiro, então sacumé.
Você pode ter notado que os fantasmas tem grandes semelhanças com o Clerence de A Felicidade Não se compra. Os mesmo são almas penadas e conseguem fazer previsões do tempo (Grandes merda. O Nicolas Cage também fazia naquele filme com o Michael Cane...), o que me faz pensar que eles fizeram uns cursos de X-Men na escola do professor Xavier. Se bem que eles existiram em longos espaços separados de tempo, e ambos antes da escola existir. Mas seu poder sobre o tempo não seria seu álibi nisso? Ou eles só podem prever e/ou mostrar para outrem mas não viajar através dos anos?? Af, que se foda! Tô viajandão, acho que fiquei tempo demais em casa.Tá na hora de eu ir naquela esquina ali do cetro pegar umas molier (Nota mental: Checar o volume de suas calcinhas e o grave de suas vozes antes, pois não quero que meu presente esse ano seja de um Papai Noel grego).


Adendo: 2 personagens natalinos PIORES que o Papai Noel

Simone



No ano de 1995, alguém deixou a cantora Simone lançar o álbum 25 de Dezembro, com várias canções com temas natalinos e tal e pá. PRAAAA QUÊ? Agora todo santo ano é a gente obrigando a engolir a música “Então é Nataaaaallll”, como se fosse uma coisa inédita em nossas vidas mesmo em quinze anos consecutivos. Todo mundo sabe que já deu faz tempo, mas mesmo sendo motivo de piada, a música volta como uma assombração nos supermercados e shoppings no ultimo mês do ano. A cantora, que também nasceu na mesma data que Jesus Cristo, virou um símbolo inevitável de Natal no Brasil, equivalente à Fábio Júnior no dia dos pais com a melodramática “pai você é meu heróóói meu bandidooo (que porra de filho chama o pai de bandido????)” e ao Skank com sua É Uma Partida de Futebol quando o assunto é uma pelada. Quantos anos tempos que esperar para que essas coisas se renovem??

Panetone


Sejamos sinceros: Se o “personagem” panetone REALMENTE fosse bom (tipo pizza, sei lá), sério que a gente só comeria ele uma vez ao ano? Pensem bem. A guloseima só é industrializada durante um mês em cada doze e depois some do mapa, caso o contrário mofaria nas prateleiras, já que não passa de um pão duro semelhante à isopor com frutas cristalizadas (como se isso fosse uma coisa boa) e passas dentro. Isso, passas! Aquela coisa que todo mundo bota na comida pra ela parecer chique. E nós ainda comemos essa desgraça puramente por tradição, pra gente ver como nossas mente pode ser subliminarmente controlada pelo sistema opressor. Mas que merda, tô levando isso à sério demais! Melhor me despedir enquanto ainda tá engraçado. Quê? Não tá? Foda-se, eu lá tenho cara de Carlos Alberto de Nóbrega, por acaso??

Então é isso. Apesar de todas essas asneiras a posteriori escritas, eu curto deveras as festividades de fim de ano. Então feliz Natal e feliz ano novo, e até o ano que vem, onde estarei um ano mais velho e cheio de histórias pra contar, pois acho que esse ano não rola mais post, por motivos de não quero. Então até lá.

Abbssssssssssss


domingo, 2 de dezembro de 2012

Álbum: King Animal



E dezesseis anos depois, Chris Cornell volta para onde eu prefiro que ele fique: No Soundgarden. Uma das maiores bandas da era grunge retornou às atividades recentemente e lançou mês passado o álbum King Animal, sucessor de Down On The Upside, que foi lançado láááááá em 1996.
Como o Soundgarden sempre foi uma das minhas bandas favoritas, eu tava bem ansioso por este lançamento depois de tanto tempo. O fato da banda ter voltado não é lá tão surpreendente assim, já que da segunda metade  da década passada pra cá virou a maior moda da música uma cacetada de bandas extintas dos anos noventa voltarem à ativa. O Smashing Pumpkins voltou, o Rage Against the Machine voltou, o Faith No More voltou, parece que só que não voltou foi Os Raimundos, que desde os anos 90 nunca mais deu sinal de vida. Opa, pera... Eles não acabaram??? .... Seguimos...

Porém, apesar desses e outros tantos grupos terem retornado, foram poucos os que realmente lançaram material novo ao invés de só fazer shows para arrecadar fundos para sustentar as crianças famintas (das casas deles). Os que me vem à mente agora são o Stone Temple Pilotes, o Bush e o Alice in Chains com o excelente Black Gives Way to Blue. E agora, claro, o Soundgarden. Mas e aí? Esse novo álbum é bom? Vai abalar as estruturas do mundo da música? Vai mudar sua vida fonográfica? Será que é melhor que o último do Chiclete com Banana? Será que alguma faixa estará na trilha sonora do próximo Big Brother? Enfim, esta caralha de cd vale à pena ser ouvida ou é uma tralha que merece um lugarzinho especial na lixeira ao lado do ultimo filme do 007 e das matérias do Zeca Camargo??? Sei lá, porra, vai ouvir, eu não sou crítico musical.
Brincadeirinha. Bem... não sou mesmo, mas vou dar uma de mesmo assim.
Antes do lançamento de King Animal Cornell vivia dando declarações de que este não seria um álbum saudosista, e sim uma coisa diferente de tudo que a banda já tinha feito (coisa que 23 entre cada 8 músicos afirmam sobre seu mais recente lançamento).
Você traiu o movimento Pearl Jam, véio!
O fato é que, ao ouvir o material na integra, ele soa bem ao contrário do que Cornell sugeriu. King Animal parece ter sido gravado em 1997, e pouco em seus 51 minutos de reprodução traz resquícios de novidades ou mesmo uma maturidade um pouco maior do que a banda já tinha em sua época de ouro. A música Worse Dreams, por exemplo, parece que foi uma pura homenagem à era grunge, de tão... grunge e anos noventa que ela parece. Vou dizer logo que, imparcialmente à ser fã da banda, gostei do álbum. Ele não é ruim, só não é esforçado como deveria/poderia.
O dito cujo se inicia com a fanfarrona Been Away too Long, uma típica música de abertura de uma banda de rock pesado, vigorosa, rápida, e com o título fazendo menção aos anos em que a banda permaneceu no hiato. No caso, “Been Away too Long” = “Eu estive longe por muito tempo”, ou “já esteve (?) longe muito tempo” segundo nosso indefectível amigo Google Tradutor. Foi o primeiro single do novo trabalho, ganhando até um clipezinho chato, mas a música funciona.
Seguimos com Non-State Actor, mantendo quase o mesmo ritmo da anterior, mas agora um pouco mais cadenciada e cheia de grooves. Ótima canção ,por sinal. Logo após entra com passos trapaceiros By Croocked Steps (que em português quer dizer “Passos trapaceiros”. É, eu tentei fazer uma piadela em cima disso), um pouco mais pesada que as duas anteriores, e agora de uma maneira mais soturna e crua, lembrando a fase Louder Than Love . E vamos à quarta faixa, chamada A Thausand Days Before, uma brincadeirinha com o título de outra música do Badmothorfinger chamada Room a Thausand Years Wide (eu acho, ou estou delirando febrilmente). É de longe uma das minhas favoritas, e talvez a única que mostre a banda tentando buscar novos elementos e fazer algo diferente do ocasional. A canção me lembra muito baião e outros estilos musicais nordestinos (o delírio febril ainda é uma hipótese). A bicha é boa, recomendo ser ouvida. E como a caravana não pode parar, Blood On The Valley Floor chega arrebentando tudo, sendo a faixa mais pesada do álbum e uma das melhores. Com uma letra atmosférica e refrão grudento, se tornou uma das minhas queridinhas nas primeiras ouvidas. 
Como se o proprietário não fosse aparecer e dizer
que eles estão atrapalhando a passagem.
Pra dar aquela acalmada básica nos nervos, somos desafiados a ouvir Bones of Birds, que além do título escroto, não sabe se decidir se realmente é uma balada ou não. A música tem um belo verso, no naipe das melhores baladas do Audioslave, mas o refrão alto destoa totalmente do resto da canção, o que acaba sendo um desperdício do que poderia ser uma ótima música pra acender isqueiros e balançar os braços feito bocós em shows. A sétima faixa, Taree, segue mais ou menos o mesmo padrão: Uma música inicialmente lenta, com um verso agradável de se ouvir, mas um refrão mais pesado que novamente destoa do que foi apresentado até então. Mas Taree consegue ser mais bem sucedida que Bones of Birds e a música consegue se homogeneizar se encaixa em si mesma perfeitamente. Ficou bem na boa. Attrition vem na sequencia, com um rock mais pesado e rápido contrastando com as duas anteriores. O riff inicial tem um estilo um pouco diferente do que a banda tradicionalmente faz, fazendo parecer mais uma música do Bush que do Soundgarden. Cornell canta ela toda em um só tom, quase mecanicamente. Apesar disso, a música não fica monótona e é bem agradável aos ouvidos. Então ouvimos Black Saturday, que é quase toda acústica (apesar de não ser uma balada), com exceção da parte logo após o refrão, onde Kim Thayil introduz uma guitarra elétrica mais heavy. Com uma bela letra, essa é uma das minhas favoritas, contendo a melhor linha de baixo do trabalho inteiro. Ponto pro Ben Shepherd. Outra das minhas queridinhas do álbum é a que vem logo em seguida, Halfway There. Também acústica e mais melancólica, a música é toda trabalhada em sentimentalismos e saudosismos, acentuados pela ótima letra. Talvez a mais pop do King Animal. Falando no diabo, este chega a sua reta final com Worse Dreams, que eu achei meio assim-sei-lá. Não sei nem como descrever a música, só que ela é pesadinha, com um riff repetitivo e um refrão pegajoso. Provavelmente a que menos me agradou. As coisas dão uma melhorada em Eyelid’s Mouth. A penúltima música é muito bem trabalhada, e assim como Black Saturday, o baixo é que determina sua constância. Também tem um dos melhores solos do cd. Para encerrar com chave de ouro, somos apresentados à ultima faixa do álbum, Rowing. Uma das melhores ou provavelmente a melhor. Tem um refrão repetitivo e tão grudento que talvez você o memorize já na primeira audição. Com uma letra empolgante, a música segue um ritmo cadenciado em sua maior parte, até explodir em uma sonzeira com um solo foda de Thayil e Cornell arrebentando nos vocais. Essa eu já coloco entre as melhores da banda.
Arf, então é isso, chega por hoje. Curtinho assim, fazer o quê? Só pra finalizar esta resenha de boston, esse álbum não vai mudar a vida de ninguém e nem entrar em um livro sobre 1001 coisas que você tem que fazer antes de morrer, mas não é ruim e não fracassou (foi lançado há umas três semanas e vendeu muito bem, obrigado). A impressão que dá é que a banda não se reuniu pra lançar algo que chamaria a atenção da indústria, mas sim continuou na ativa todo esse tempo e lançou um álbum meio nas pressas e com poucos anos de diferença de um material de inéditas anterior. Isso por um lado é bom por mostrar que o grupo tá entrosado e a química entre eles funciona bem. Espero mais lançamentos e turnês.


Aliás, esse é um post que soaria melhor se fosse publicado semana passada ou antes, mas como vocês sabem eu sou retardatário às pampas. Tanto que, pra terem uma ideia, só há alguns anos eu descobri que o Zeca Pagodinho não era cego. Sim, porque por algum motivo eu passei anos pensando que o infeliz não enxergava! Não me perguntem o motivo, eu igualmente desconheço. 
E chega de divagações! Antes que eu termine o post falando sobre meus conhecimentos sobre pagode, melhor encerrar por aqui. Até a próxima com o post de Natal! Adels...

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