segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Um review bem lokãum da 1ª temporada de Saint Seiya Ômega (Spoilers, claro)


Uma resenha um pouco tardia, verdade, mas eu só terminei de assistir essa temporada dia desses, então suportem.
Assim sendo, vou aproveitar pra fazer um balanço geral do anime até agora. Ou pelo menos até onde eu assisti, que foram esses 27 episódios iniciais, pois eu sei que a nova season já tá rolando mais ainda não dei uma bizolha.
Cavaleiros do Zodíaco Ômega é a mais nova série da franquia Saint Seiya, e é a primeira animação baseada nos personagens de Massami Kurumada (o criador, aliás, não tem nenhum envolvimento no projeto) totalmente original, no sentido de que não foi baseada em nenhum mangá. Se passa 25 anos após a saga original e conta a história dos novos prtotetores de Athena, que agora terão que enfrentar o vilão Marte. Estreou na terra do National Kid em abril deste ano e aqui no Brasil até agora nem.
Look do dia: Básico
Bom, esse deve ser o galho da enorme árvore genealógica Cavaleiros do Zodíaco mais zoado, odiado, desprezado, ultrajado, macumbado, tudo ado de todas as eras.
Os motivos são vários: Com um traço que o faz lembrar uma mistureba de Digimon com Chiquititas e Carrossel remake, o anime ainda busca atrair um público mais jovem (como os próprios realizadores afirmaram antes de seu lançamento), ou seja, nada daquela violência desenfreada, sanguinolenta, carniceira e desnecessária que a gente tanto gosta. Claro que os diálogos retardados (herança ruim da obra original) também não ajudam muito.
Mas enfim, ele não é de todo ruim. A animação é boa. Nada excepcional, mas bem boa. E a história não é nada tão rasa e tem vários mistérios espalhados pelo caminho. O traço dos personagens é estranho, mas nada que você não possa se acostumar rapidoles, como foi no caso de Cavaleiros Episódio G, se bem que duvido que este Ômega chegue um dia sequer aos pés desta maravilha de Megumo Okada, mas vamos devagar.

Pontos Negativos:

1 – Censura livre – Embora o Cavaleiros original também fosse um shonen, ou seja, feito para a garotada, ele tinha relativamente bastante sangue e algumas cenas me  deixavam bastante chocado na época. A cena em que o Capella tem suas mãos arrancadas pelos próprios discos é uma delas. No mangá isso era ainda mais explícito, embora, até pelo tipo de mídia utilizada, menos intenso. Não chegava a ser um Hokuto No Ken ou um Berserk, mas era o bastante para alguns pais não tirarem seus pimpolhos da poltrona. 
Por algum motivo lembrei daquele grupo de forró Calcinha Preta...
Como o Ômega foi feito para a molecada mais na faixa de Pokemon e Beyblade, ele se limita à lutinhas amenas e NADA de sangue! Chega a se agonizante e às vezes parece que a circulação “sanguínea” do pessoal funciona à base de vento. O episódio em que Hyuho enfrenta o novo Cavaleiro de Perseu é uma ótima exemplificação disso tudo se comparada à luta de Shiryu contra o Perseu do primeiro anime. O mais recente parece mais uma versão light do original do que qualquer coisa. Nada de ninguém furando os próprios olhos, transpassando o coração de outrem com o punho, e NADA de sangue! Ok, os combates foram melhorando um pouquinho lá pro final. Os melhores foram a “luta” entre Eden e Kouga (onde este ultimo só levou pau) e o quebra-pau com Marte no último episódio.

2 – O cosmo elementar – Cara, isso foi uma grande bobagem dos roteiristas. Uma das principais vantagens de Cavaleiros em relação à outros animes de luta (Dragon Ball Z, por exemplo) é a criatividade e variedade nos tipos de poder. Enquanto Goku e seus amigos e maioria dos inimigos se limitavam a soltar luzes “apenas” com diferentes níveis de força, em Cavaleiros tínhamos uma grande variedade de tipos de golpes e truques, como correntes, discos, enviar para outras dimensões, veneno, etc. 
Essa parada de que o cosmo de cada um ligado à um elemento natural – embora faça algum sentido devido ao fato dos quatro elementos terem ligação com a astrologia -  limita muito as probabilidades atrativas em uma luta, nas quais vemos apenas golpes relativos à água, terra, fogo, ar ou luz. Tudo bem que eles estão se esforçando um pouco para dar uma variada, pois aquele cavaleiro de prata (eu acho) do relógio que diz a hora que o inimigo irá morrer é muito bem sacado.

3 – Os Cavaleiros de prata... Ai, ai... – Essa era uma boa chance para darem aos Cavaleiros de Prata um certo destaque que eles sempre mereceram. Ora, eles estão apenas abaixo dos Cavaleiros de Ouro em matéria de força e importância (tudo teoricamente, é claro). Mas ao longo dos animes e dos mangás, eles só serviram de bucha de canhão. E fora Marin, Shina e um ou outro gato pingado, eles só estavam lá para encherem linguiça e morrerem. Essa era a chance de dar à eles alguma dignidade, mas ao invés disso ferraram tudo de vez. Novamente a maioria dos prateados está do lado do inimigo sem muita razão aparente, e desta vez de maneira bem desnecessária, pois se for só para enfrentar os bronzeados em um ou outro momento em que não esteja acontecendo nada e dar aquela agitadinha no episódio, os marcianos sozinhos poderiam cumprir essa missão. E o Ichi de Hidra ainda me acha de virar cavaleiro de prata! Ou seja, pra dignidade deles descer mais que isso, só se o Zeca Camargo também virar um.
Decore os nomes deles e já estarão à frente de todos os outros fãs de Cavaleiros do mundo

4 – Os personagem... Bem, com direi... – Tudo bem que a série clássica não era uma análise de personagem à lá 12 Homem e Uma Sentença, mas nessa nova os personagem são muuuuuito clichês! Não são detestáveis, nem tão esquecíveis, nem tão descartáveis, mas muito clichês. Os roteiristas preguiçosos, ao invés de botar o cerebelo pra funcionar, apenas pegaram a velha formula usada em 23 de cada 10 animes: Temos o protagonista teimoso (entenda: Bicho estúpido pra caralho), o lobo solitário, o engraçadinho, o calminho, e vários outros inhos. 
No original tínhamos tudo isso, mas estamos falando de 26 anos atrás, onde agora tudo é vintage e cool. Hoje em dia bem que os criadores de animes poderiam parar de usar velhas formulas prontas e seguir exemplos de coisas como Bleach, por exemplo, que é um anime até meio zoado por ser da nova geração, mais que na minha opinião tem dos personagens mais originais que já vi nesse tipo de produção (e os melhores fanservices, huuuummm...). Além disso Marte é um vilão bidimensional, sem graça e que possui uma forma não humana que, apesar de ter um design legal, descaracteriza a série.

5 – Furos e furos – Desde que Cavzod ganhou várias outras versões (Lost Canvas, Episódio G, Next Dimension) o universo - ou universos - zodiacal virou uma zona só. Não dá pra dizer o que é filler, o que é canônico, você só pode escolher no que acreditar e se agarrar com todas as forças. Mas o Ômega... Sei não, a impressão que dá é que o criador, seja já quem for, é uma espécie de Ridley Scott e o Ômega é o seu Prometheus (Para de fumar essas coisas, Bruno!!!!). Ok, ok, vou tentar ser um pouquinho mais claro. O negócio é que parece que estão jogando tantas coisas estranhas na nossa cara que fica cada vez mais difícil acreditar que irão conseguir responder tudo no futuro, isso se há a intensão de fazê-lo. Por que já existe toda uma nova geração de Cavaleiros, se eles devem renascer apenas a cada 200 anos? Se o Ichi e Shina continuam na ativa, porque alguns outros não? O que aconteceu com Ban, o primeiro cavaleiro de Leão Menor? E cadê os Cavaleiros de Ouro antigos (morreram mesmo?) e como vão explicar os cinco principais de Bronze no início? Quer dizer, a saga original, que se estendeu ao Next Dimension, ainda não acabou (e pelo ritmo do Kurumada, não vai acabar tão cedo), então eles terão tempo de combinar o final dela com o começo desta? Eles pelo menos pretendem fazê-lo??
Mesmo assim, já dá pra ver que tem coisa bem errada ali. Em certo episódio, os Cavaleiros aparecem lutando em público, e para disfarçar fingem ser de um grupo circense (é, amigos...). Agora, DESDE QUANDO a existência dos defensores de Athena é segredo do povo??? Se na saga original o Torneio Galáctico foi inclusive TELEVISIONADO!!! Ai, meu pâncreas...

Pontos Positivos:

1 – Participações especiais de personagens antigos – Provavelmente a coisa mais legal e ainda assim o maior defeito da série. Tá, vou explicar: Quando a melhor coisa que acontece em um anime é a aparição de personagens de OUTRO anime, mesmo os de menos destaque como Shina e Geki, é porque a série ainda não assumiu uma identidade própria e ainda não tem forças para caminhar sozinha. E se um anime deixa você feliz quando o Seiya aparece... é porque tem alguma coisa bem errada aí...
Local onde Saori pratica equitação quando não está
sendo sequestrada. E não é com o cavalo.
Mas ok, vamos combinar que é difícil competir com o antigo, e sendo assim, é duk4r4lh0 ver os oldschool aparecendo, mesmo que pouco. Só acho que a participação deles poderia ser um pouco menos brochante. Quer dizer, o Shun foi interessante, mas o Shiryu e o Hyoga deixaram a desejar. Por incrível que pareça, a melhor aparição até agora, embora curtíssima, foi a do Jabu, que pelo menos sabemos bem o que aconteceu com ele (virou cowboy fazendeiro) e também foi o único que demonstrou sinais de velhice, ainda que mínimos.

2 – Um personagem de destaque MORREU (aparentemente) pra valer – E eis que no último episódio somos “presenteados” com a morte surpresa de Aria, uma personagem que aparentava que iria aparecer durante toda a série. E isso é uma coisa que o CdZ original nunca fez, que foi botar o pau na mesa matar um personagem principal. Claro que quando isso acontecia, sempre rolava aquela ressurreiçãozinha básica, o que, por hora, não parece que vai acontecer com a donzela falecida. Eu realmente não entendi o porque da morte da Aria, e sinceramente acredito que não havia a intensão de mata-la desde o começo. A personagem viveu uma vida sofrida e enclausurada, com pouquíssimos momentos de felicidade, e prometendo ter grande importância no futuro, vai e morre?? Enfim, sua cena final foi tocante como poucas. Tive que tirar o chapéu dessa vez, pois, façamos justiça, a cena dela perecendo e os outros chorando ao seu redor foi foda. 
Estou pronta para ser a nova Athena... Não, pera...

3 – As armaduras estão só o filé – Apesar de muita gente não ter gostado, eu aprovei a reformulada nos trajes dos heróis. Estão mais estilosos e protegem mais, o que os torna mais verossímeis e até mesmo mais ergonômicos. Até a ideia das gemas (!) – aqueles cristaizinhos que carregam as armaduras – , que embora tenham tirado o glamour (risos) das urnas que os cavs carregavam nas costas, são mais práticas.



4 – O novo quinteto de protagonistas – Mas eu já não tinha falado mal dos personagens lá no pontos negativos?? Calma, vou tentar me descontradizer: Embora sigam formulas pré-prontas e não sejam nada autênticos, os novos personagens principais estão longe de serem ruins. E, pra falar a verdade, a química entre eles está se mostrando muito boa. Muitos deles tiveram seu passado ocultado no início para só depois virem a ter seus segredos revelados. E embora com certeza eles jamais se tornem tão memoráveis quanto os originais, dá pra ver que ainda há muito da personalidade de cada um para abranger, o que será ótimo se for feito de maneira inteligente. Outra coisa foi que achei super legal foi botarem uma menina entre os cinco principais. Enquanto no anime antigo as mulheres tinham uma participação secundária (Sim, isso inclui a Saori), agora uma delas ganha um posto na linha de frente. A escolha das constelações utilizadas nestes protagonistas também foi bem esperta, não caindo no erro de utilizar as mesmas dos cinco anteriores (Pégaso, Cisne, Dragão, Andrômeda e Fênix), mas sim mesclando alguns eles (Pégaso e Dragão) com de outros de bronze secundários (Leão Menor e Lobo) e outro mais desconhecido (Áquila). 


5 – Deu uma melhorada considerável e está prometendo bastante – Dois em um, como sou covarde. A verdade é que os episódios finais foram bem legais, e as pontas soltas do anime, que embora corram o risco de enrolá-lo mais ainda como eu já disse antes, podem se tornar gratas surpresas no futuro, e nos deixam ansiosos por revelações. O Kiki apareceu rapidamente em um episódio, e sabemos que ele é o Cavaleiro de Ouro de Áries sucessor de Mu, coisa que sempre foi discutida pelos fãs. Já sabemos também que haverá uma nova batalha das doze casas e, embora com certeza não vai chegar nem aos pés da original (disparado o melhor momento da série inteira), vai ser interessante de ser vista. Ficamos curiosos quanto à participação de Saori no futuro, e mais ainda quanto à de Seiya, Shun, Hyoga, Shiryu e principalmente Ikki, que até agora não apareceu e, se uns certos spoilers que rolam pelo facebook se tornarem verdadeiros, será fucking arrebatador!! Sabemos que Poseidon dará as caras, e será que outros deuses também? O personagem Edem é bem intrigante, que caminho tomará? E será que depois de Marte teremos outra saga ou parará por aí?? E qual é a do Seiya e aquele cachecol bizarro??? São questões pelas quais ficamos curiosos e, se os roteiristas, que claramente tem um material bem aproveitável nas mãos, esquentarem bastante a cabeça, poderão fazer um trabalho de responsa que agrade tantos a molecada da geração tablet quanto aos fãs mais geriátricos como eu.
Opções boas para serem aproveitadas é o que não faltam. Então, se Ômega será só mais um anime genérico e descartável que logo será esquecido e considerado como filler pelos fãs ou se ganhará respeito e fará parte da história de Cavaleiros do Zodíaco como uma lembrança boa, só o tempo dirá.

So, eu fico por aqui galera. Acho que finalmente eu consegui fazer um post mais curtinho. Pelo menos mais que a maioria dos que faço. Então vou para de escrever pra ele não ficar maior e estragar isso. Viram?? Já cometi o erro escrevendo mais. Putz, de novo!! E agora de novo! Que merda, não consigo parar de escrever!! Essa porra vai ficar enorme e acabar com a minha alegria! Caralho, não consigo parar!! Que mer...


3 comentários:

  1. Oi Bruno!
    Não, eu ainda não assisti Lylia Forever (me mate rs) mas assisti Projeto Dinossauro (grande porcaria). Pelo menos vi Poltergeit (outra coisa chata) o que salvou mesmo foi ter visto Contatos Imediatos de 3º Grau.
    Enfim, vamos ao foco. Vc assistiu HOTD}? Está adentrando no mundo dos animes então? =p De fato, o exagero dos fan services é uma chatice (afinal, se até vc reclamou disso a coisa é realmente séria – taí o aviso para os desinformados kkkk). Mas a obra em si tem um bom enredo que lembra um pouco Walking Dead misturado com Resident Evil.
    Eu curto o CDZ original e ao ver a animação e os traços terriveis desse novo eu nem tive interesse em ver. Melhor focar no antigo mesmo rs.
    bjs!

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  2. Oi Tsu!Como assim adentrando no mundo dos animes?? Eu sempre estive neles desde criança, hehe.
    Af, voce e a novela Lilya 4-Ever, haha. E realmente pra eu reclamanr de fanservice é porque a coisa atingiu niveis absurdos mesmos :0
    Não sabia que voce curtia o CDZ original, mas como eu disse a animação desse não é ruim, e traços bem maisa esquisitos existem por aí (o que não torna nenhum anime ruim). bj

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  3. Esse post é antigo, mas aqui estou eu hehe. Achei muito bacana a iniciativa de ao invés de só criticar como a maioria, reconhecer os erros e acertos da série. Eu até acho Ômega melhor que esse novo tal de Soul of Gold (of Bug). E só uma coisa a acrescentar, a constelação da Yuna também poderia ser considerada um furo, pq Áquila é apenas uma pronuncia diferente (vai entender...) de Águia. Ou seja, adeus Marin...

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