quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O álbum Let it Bleed do Rolling Stones



Ah, os anos sessenta... A era do rock n’ roll, da contra cultura, das mais glamurosas musas que já existiram (Catherine Deneuve, Julie Christie, Audrey Hepburn, etc.), da TV em cores e da Guerra do Vietnam. Afinal, nem tudo é perfeito.
Muitas bandas boas surgiram ou começaram a estouras nos sixties, que começou a apresentar um rock mais sólido do que o rockabilly da década anterior.
Dentre as várias bandas que surgiram nos anos 60, destacam-se o The Who, The Kinks, Pink Floyd, Cream, Yardbirds, The Doors, é claro, The Beatles e Rolling Stones.
Os Stones surgiram em 1962 na Inglaterra, em Durtford, que é lá onde Judas perdeu a dentadura. Foram considerados a banda mais importante da tal Invasão Britânica, junto com os Beatles. Hoje, esses verdadeiros maracujás do rock são uma das bandas mais antigas ainda em atividade, com uma longa discografia e vários conflitos e mudanças na formação durante as décadas. Os Stones foram considerados no início como uma espécie de “bad boys” do rock, em contraposição aos Beatles, que eram tidos sempre como os bons moços (E eu nunca assisti um hentai). De fato, Os Rolling Stones, devido ao comportamento por vezes hostil, ousado e politicamente incorreto, conseguiram levar a fama de rebeldes, e isso sem nem precisar usar gravatinha nem ganhar uma novela na Record (Bom, na verdade usavam gravata às vezes, então deixa essa piada pra lá).
Let it Bleed é o oitavo álbum de estúdio do RS e um dos álbuns mais importantes da história do rock. Foi lançado em 1969, ano em que a banda estava mais no topo do que o nariz da Daniela Albuquerque. É ultimo álbum dos Stones com a participação do guitarrista Brian Jones, fundador da banda. Pouco antes das gravações, os outros integrantes, cansados das fanfarronices de Jones, colocaram o elemento bêbado dentro de um ônibus com direção à Tangamandápio, sem aviso prévio e rindo da cara do sujeito. Puto e com uma sede de vingança maior do que do Mr. Freeze em Batman & Robin (esse foi o pior exemplo DO MUNDO, eu sei), o guitarrista decidiu que iria formar uma banda melhor que sua antiga. E assim surgiu o Megadeth.
Este é Brian Jones. Quando essa foto foi
tirada ele ainda estava vivo.
Não! Peraí!! Cacete, esse é o Dave Mustaine!!! Eu tava falando... De quem, mesmo? Ah, sim! Do Brian Jones. Foi mal, galera. Foram os ácidos (Tive que entrar no clima pra escrever esse artigo). Bom, Brian, pouco tempo após ser expulso da própria banda que criou devido ao abuso de álcool, drogas e problemas na justiça e com os outros integrantes, foi encontrado na piscina de sua casa morto. A causa de sua passagem para o pós-mundo até hoje não foi esclarecida direito. Só se sabe que ele NÃO tinha 27 anos.
A verdade é que Jones sempre foi um vândalo de meia-tigela. Apesar de excelente músico (sendo considerado, inclusive, o gênio da banda em seu início) desde sempre, o garoto fugiu de casa ainda jovem (Ou o garoto fugiu velho?), engravidou e abandonou uma garota de quatorze anos e passou um tempo sendo mendigo na Escandinávia. Mendigo na Escandinávia??? É, essa foi a primeira prova de que a região não é um lugar perfeito (A segunda foi Anders Breivik, mas eu não quero falar sobre isso). Diabos, ainda quero ir pra lá!
Let it Bleed ainda conta com duas faixas em que Jones participa, You Got The Silver, na qual toca harpa, e Midnight Rambler, tocando percussão. Embora seja quase inaudível em ambas.
Voltando ao LiB, o álbum também marca a estréia de Mick Taylor, substituindo Jones nas Guitarras, mas participando de apenas duas músicas também: Country Honk e Live With Me. Claro que o cargo de grande estrela das guitarras no álbum ficou com imortal-trocador-de-sangue-múmia-sharpei Keith Richards, que também cantou em You Got The Silver.
Jagger achando que todos vão cair no seu velho
disfarce para cheirar cocaína sem ser percebido
O álbum chegou às lojas inglesas em 28 de dezembro de 1969, após atrasos na pós produção e trazendo uma baita duma zica: Foi lançado um dia antes do terrível show que a banda fez em Altamont, onde houve muitos tumultos e até um assassinato. Mas esquece isso agora.
Pela produção genial e esplendor nas composições, Let It Bleed foi considerado uma obra-prima instantânea, apesar de muitos críticos conservadores (que provavelmente deveriam usar moletom, óculos maior que a cara e terem um cachorro chamado Backerfields) terem-no censurado e achado sombrio demais, com muitas referências a sexo, drogas, assassinatos e guerra. Porra! Vai dar o cú (Sandy levanta o braço como uma aluna empolgadíssima na sala de aula)!! O que você esperava de um álbum dos Stones???
Verdade seja dita, naquela altura do campeonato o rock já tinha perdido a inocência da primeira metade dos anos sessenta, com músicas bem simples falando de namorinhos que deixariam os roteiristas de Malhação e de My Life as Liz (ou você acha que aquilo não tinha roteiro?) altamente inspirados. Nas próprias palavras de Jagger: "Bem, era uma época violenta. A Guerra do Vietnã, violência nas telas, incêndios... acho que o lance da guerra influenciou muito o álbum. Todas aquelas imagens estavam na TV".
típico café da manhã da banda numa
sexta-feira santa
Sobre o título, sempre correu o boato de que Let it Bleed tenha sido uma tiração de sarro do Let It Be, dos Beatles, seus eternos “rivais”. Mas isso pode não ser um fato verdade, pois embora as gravações dos álbuns tenham se iniciado ambas em 1969, os Beatles não haviam divulgado o nome da música e nem do álbum (Que, naquela fase do processo, inclusive, tinha o nome de Get Back e não Let it Be).
LiB é um álbum maduro, bem produzido e diversificado, contendo vários instrumentos em suas músicas, como harpas, gaitas, xilofones, trompetes, e o cacete à quatro. O disco alcançou o topo das paradas britânicas e americanas em vários momentos quando lançado e consta em várias listas de melhores álbuns de todos os tempos. Junto com Sticky Fingers, Beggars Banquet e Exile On Main Street, é considerado um dos quarto melhores álbuns da longa discografia da banda. Particularmente, é meu favorito deles. Enfim, é um álbum obrigatório para fãs de rock n’ roll.


Aqui vão uns breves comentários de cada faixa:

Gimme Shelter

O trabalho não poderia começar de maneira melhor. Essa é uma das melhores e mais conhecidas do álbum. Um vigoroso rock de abertura e ainda com a bela voz da cantora convidada Mary Clayton acompanhando Jagger. Uma ótima letra também. É uma de minhas favoritas.

Love in Vain

Já essa é um cover do sinistro bluseiro dos anos 30 Robert Johnson. Em contraposição ao rock empolgante de Gimme Shelter, aqui temos uma bela balada, calma e angustiante ao mesmo tempo. Destaque para o violão de Richards nessa faixa. Foda, foda, foda.

Country Honk

Essa é sem dúvida uma das minhas favoritas. Já cheguei a ouvi v[arias e seguidas vezes sem parar. O violino impera e dá o tom nesta música. Segundo depoimentos de Jagger e Richards, ela foi inspirada na música de alguns gaúchos que eles conheceram quando estiveram em São Paulo na época (!?!?!?!?).

Live With Me

Outro rock agitado, com a pegada bluseira e jazzística de (quase) sempre. Keith Richards toca baixo aqui. Falando nisso, a bizarra letra contém passagens que falam de um suposto fato verdade, no qual Richards caçou ratos perto de sua casa de campo e os serviu para o jantar (Cuma??)!

Let It Bleed

A faixa título é uma das melhores, sem dúvida. Tem um ritmo bem contagiante que você memoriza logo nas primeiras audições e uma letra safadjénha. Tem uma ótima linha de piano, tocada por Ian Stewart, que nunca foi oficializado como membro fixo da banda por ser feio, gordo e velho. Claro. Ron Wood e Keith Richards eram perfeitos exemplares de beleza...

Midnight Rambler

Uma das minhas favoritas, senão a mais. A harmônica de Jagger dá o ritmo da música e rouba a cena, repetitiva mais nunca enjoativa. A letra chapada foi inspirada no estuprador, assassino, modelo e atriz Albert de Salvo, conhecido como o estrangulador de Boston. Um tema bizarro parecido foi inspiração para outra música, Too Much Blood, do album Undercover, que fala sobre um maluco que matou uma bela holandesa e depois a comeu (gastronomicamente, não biblicamente).

You Got The Silver

A segunda balada do álbum. Mick Jagger não participa, já que a música é inteiramente cantada por Keith Richards (que recebeu altos elogios pelos vocais aqui). Tem uma bela letra de amor (tema que raramente é escrito sem soar/ser cafona), cantada com muita emoção. Shuif, shuif. Próxima.

Monkey Man

Monkey man é outro típico rock n´roll empolgante no álbum, mas ou menos na linha de Live With Me. Vocal divertido de Jagger e guitarra excelente de Richards, mas o destaque vai mesmo para a belíssima linha de piano de Nicky Hopkins , que permeia a música inteira. Há boatos de que a letra tenha sido escrita sob efeito de cheiramento de gatinhos, o que eu não duvido muito, não.

You Can’t Aways Get What You Want

 A última música do álbum é como um hino que capta toda aquela atmosfera dos anos sessenta, abordando temas variados como política, sexo e drogas. Um belo coral no início, no fim e no refrão, que solta a bela frase “Você não pode ter tudo o que quer sempre, mas se você tentar pode conseguir o que precisa (tradução livre feita por mim, ok?)”.

Abaixo um vídeo de Gimme Shelter ao vivo (e sem a participação de Mary Clayton) no infame show dwe Altamont, com algumas imagens da confusão que aconteceu no local.


Por hoje é só, galeunra (to tentando lançar esse bordão, mas acho que não vai pegar)!! Então até o próximo post, que vai ser fueda!! Nos vemos lá!

3 comentários:

  1. Cara, sou só eu ou o Mick Jagger em sua plena "juventude" realmente tá parecendo o Steven Tyler do Aerosmith nessa última foto?

    No mais, grande artigo! õ/

    ResponderExcluir
  2. Fala Pedrinho! Eles realmente eram um pouco parecidos quando jovens. Até nos trejeitos. Pelo menos eu acho, rss

    ResponderExcluir
  3. Mas em questão de filhas maravilhosas, o Tyler ganha. Com certeza! :D

    Passa lá no meu blog depois! õ/

    ResponderExcluir

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...